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Sempre pequenina

por Carla Hilário Quevedo, em 30.12.08

 

Britney Spears volta à ribalta com um novo disco com um título chocho: Circus. E, claro, com um novo vídeo que ainda não chega ao patamar do soft porn. O tema de que falo tem o título esclarecedor Womanizer e apresenta Britney numa espécie de sauna, comedidamente nua; isto é, está nua mas não se vê nada. A sugestão podia ser sexy mas o problema é a protagonista. Britney Spears é a estrela mais assexuada do reduzido grupo de intérpretes que vive da exposição repugnante e despudorada das suas entranhas. A graça de Britney está precisamente neste contraste: mostra tudo e não se vê nada. Mas só porque não há nada para ver, se me permitem a metáfora. Britney Spears não é Madonna, nem Christina Aguilera, nem a esganiçada Jennifer Lopez. Todas estas mulheres são assim desde sempre, bastando por isso a passagem do tempo para darem o tal pulo dos adolescentes. Menos Britney Spears: a única que resiste aos truques que a tornariam mais «madura» porque não se pode tornar no que não é. Daí as crises tremendas por que passou: quiseram fazer de uma eterna menina uma sex symbol e isso não podia dar um bom resultado. Ainda assim, uma salva de palmas para esta resistente.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 27-12-08.

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publicado às 13:36