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Rádio Blogue: Segurança e paranóia

por Carla Hilário Quevedo, em 03.09.10

Os leitores de jornais não têm hoje em dia como escapar às páginas e páginas ocupadas com as notícias de crimes. A violência está longe de ser uma novidade. O que é novo é a divulgação pública e diária destes casos. Ainda mais novo é o aumento de queixas apresentadas por violência doméstica, violações e abusos sexuais de menores. Todos os dias somos confrontados com más notícias de crimes e com notícias esperançosas de pessoas que apresentam queixa. Mas todos os dias ficamos com a impressão de que pouco se faz após a queixa apresentada. As vítimas de violência doméstica voltam para casa, onde têm o agressor à espera; as vítimas de violação esperam demasiadas horas para serem examinadas; e a dor dos menores abusados é esquecida. Há uma indiferença corrosiva neste ambiente de violência que talvez também não seja novidade. O que é novo é a evidência crua com que esta realidade nos é apresentada. Os casos que lemos nos jornais são apresentados como exemplos de muitos outros idênticos ou piores. Em suma, há violência, falamos mais sobre o tema, há queixas, ninguém faz nada. E se a resposta falha, resta a prevenção. Para os que defendem que os seres humanos são criaturas vis à espera de uma oportunidade, as medidas de prevenção serão as únicas que realmente interessam. O problema é parecerem absurdas. A Air France decidiu que os menores desacompanhados ficam proibidos de viajar ao lado de um adulto. A medida visa prevenir eventuais processos judiciais à companhia aérea por facilitar abusos sexuais de menores. A Air France fala de queixas em voos de longo curso mas não quer adiantar pormenores. Além de tornar suspeito de pedofilia qualquer passageiro sentado ao lado de um menor desacompanhado, a nova directiva esquece as questões de segurança que obrigam crianças a viajar ao lado de adultos. A British Airways, que terá adoptado a mesma medida, foi processada por um passageiro que foi retirado do seu lugar, porque estava ao lado de uma criança que viajava sozinha. A prevenção é uma acusação disfarçada? Ou todo o cuidado é pouco?

 

Publicado hoje no Metro. Deixe a sua opinião através do 21 351 05 90 ou no Jazza-me Muito. Os comentários que chegarem até quinta-feira, dia 9 de Setembro, às 15h, vão para o ar na Rádio Europa na sexta, dia 10, às 10h35.

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publicado às 18:26

Escolher quem não somos*

por Carla Hilário Quevedo, em 03.09.10
* Também não quero ficar atrás. Recuperando uma frase da Maria João: não sou a Madre Teresa nem o Coimbra de Matos.

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publicado às 18:18

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 03.09.10

Scarlett Johansson

 

... pirosa e entediada, mas gira à mesma. A surpresa das novas colecções é o regresso a um padrão favorito: tigresa. Ah, tigresa! É preciso ter cuidados especiais com este desenho, que está na fronteira entre o chique atrevido e a mais reles piroseira. É difícil encontrar a peça de roupa adequada ao padrão. As camisas são foleiras, as calças um susto e os casacos compridos um excesso. Eu gosto.

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publicado às 09:04