Expressões e palavras a abandonar (reacções)- O
João sugere uma série de expressões a abandonar mais depressa que uma bala. São elas o já clássico "é assim", que agora está enterrado sem direito a lanterna no caixão e com os olhitos cheios de um
spray que parece que cega (referência ao
Kill Bill vol. 2, desculpem, mas não me vou esquecer disto tão cedo); "é a minha opinião", pois com certeza será se o dito texto for escrito ou dito na primeira pessoa. Essa é uma das expressões que o Jardel não dirá. Valha-nos isso; "se é a tua opinião, eu respeito-a": pois lá está, depende da pessoa. As expressões "isso é relativo" e "isso é subjectivo" dão direito a tese. "Está cientificamente provado que" vai de mãozinhas dadas com "estudos demonstram que" e mesmo abraçado a "está provado que". E as fontes, senhores? "Isso aconteceu derivado a" parece-me mesmo coisa de futebolês. Não percebo a expressão. Finalmente, a minha preferida de sempre: "eu sou muito frontal". Obrigada, João, por lembrares esta expressão querida aos pobres de espírito. Essa da frontalidade tão explorada em programas como o
Big Brother só é comparável àquela magnífica "estou a ser eu própria(o)". Como se alguém estivesse interessado nos "frontais" ou nos "próprios".
- O
Luís fala de um estudo com o título estupendo "the joy of banning", publicado no British Medical Journal. Aqui fica o
post do Luís (sem a frase final em que ele usa a palavra arrgh "basicamente"). Ah, e gosto de banimento. Não gosto é de "do" banimento. Só para equilibrar a coisa. Obrigada!
"
Do banimento das palavras O ano passado também o British Medical Journal quis saber que palavras deveriam ser banidas da revista e da língua inglesa em geral. As top 10 na lista das mais detestadas foram:
9/11 ( o que era uma injustiça pois o BMJ tinha referido sempre o acontecimento como 11September);
clientes (utilizado para descrever doentes);
desenvolvidos / em desenvolvimento (para países);
milagre (em contexto noticioso)
modernização;
herói (para descrever alguém que morreu por ter tido o infortúnio de estar no lugar errado no momento errado).
As outras palavras eram circunstanciais e a piada perde-se na tradução (ou o amor é um lugar estranho, se quiserem).
Um leitor pediu o banimento de
Great em Great Britain (por razoes óbvias).
Paradigma,
reforma (reorganização sem avaliação sistemática),
lideres de opinião,
basicamente, são palavras que ninguém consegue já ouvir sem prurido.
E também a palavra
qualidade, a palavra
cuidados, a palavra
partilhar, a palavra
comunidade, todas excessivamente utilizadas.
Tonks A, The joy of banning BMJ 2002; 325:1436 e tb referido por JAS Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care 2003; 33:305-10"