Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Rádio Blogue: Acordo ortográfico

por Carla Hilário Quevedo, em 14.04.08

Sou completamente contra este acordo ortográfico, não por ser contra a inevitável evolução da língua, mas porque esta é uma mudança artificial e inútil. Porque havemos de concentrar energias e recursos num acordo que obriga a alterar a grafia de certas palavras, levando a perdas de consoantes, hífenes e acentos? Se a questão principal é política ou económica, certamente não se resolverá modificando a grafia de umas quantas palavras. Para sermos entendidos no Brasil, vamos ter de pensar de outra maneira, utilizar outras palavras e outra sintaxe. Não basta arrancarmos à força consoantes mudas nem suprimirmos hífenes. Teremos de usar e abusar do gerúndio, por exemplo. Os defensores do acordo ortográfico clamam que substituir "acção" por "ação" beneficia os autores portugueses, porque assim aumenta a possibilidade de entrarem no mercado editorial brasileiro. Se escreverem "afeto" em vez de "afecto" pode ser que alguém os perceba, é isso? Julgo que ninguém quer corrigir a pronúncia de ninguém, mas se assim é, porquê uniformizar - corrigindo, precisamente - a grafia? Os defensores do acordo ortográfico garantem que as alterações são mínimas. Se assim é, para quê fazê-las? O que pensa sobre este acordo? É bom? É mau? Porquê tanta veemência na sua imposição?

 

Publicado hoje no Meia-Hora. Deixe a sua opinião através do número 21 351 05 90 ou no Jazza-me Muito. Os seus comentários vão para o ar na Rádio Europa à sexta-feira, às 10h45, e ao domingo, às 14h15.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:14