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Duas horas e meia de filme só se justificam se houver um muito bom enredo ou um espantoso guarda-roupa. No caso da longa-metragem de Sexo e a Cidade, a história principal é intensa – Carrie é abandonada no altar por Big – e as histórias paralelas têm interesse: Charlotte engravida quando não parecia possível; Miranda tem um conflito com Steve, que os leva à separação; e Samantha cumpre um voto de fidelidade e engorda uns bons quilos por causa disso. Mas tudo podia ser contado em pouco tempo. Dá-se o caso de este filme ser uma super-produção, em que participam inúmeras marcas de alta-costura. Nem o texto nem as personagens contam tanto como os fabulosos vestidos, sapatos e acessórios usados pelas quatro mulheres. O ritmo quebra depois da cena do casamento e as cenas tornam-se repetitivas – o cão de Samantha, o vizinho de Samantha – mas é preciso perceber que há mais uma série de roupa para mostrar. Há uma cena para cada vestido e não vice-versa. Carrie Bradshaw veste um prodigioso Vivienne Westwood quando é abandonada. E Samantha usa um par de sapatos Giuseppe Zanotti de cair para o lado enquanto espera três horas pelo namorado. Podia ser muito pior.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 21-06-08.