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A última capa da revista The New Yorker deu que falar. A ilustração de Barry Blitt mostra Barack Obama vestido de muçulmano, e a mulher, Michelle, de guerrilheira e metralhadora em punho, ambos na Sala Oval, com um retrato de Osama Bin Laden por cima de uma lareira, onde entretanto arde a bandeira dos Estados Unidos. O silêncio do candidato democrata quando questionado sobre a caricatura foi muito expressivo. O senador do Illinois parecia aborrecido com as alusões anti-patrióticas do desenho, e John McCain apressou-se a lançar achas na fogueira, considerando a capa de mau gosto e ofensiva. É certo que o alarido foi provocado pela imprensa e muito promovido por jornalistas e colaboradores de ambos os candidatos. A interpretação de que aquela seria a verdade caso Obama fosse eleito não se coaduna com a explicação do editor da revista, que afirmou que pretendia, através da sátira política, ridicularizar preconceitos em torno do candidato presidencial. Seja como for, este tipo de controvérsia não é novidade. Basta que recordemos as caricaturas de Maomé publicadas num jornal dinamarquês e cujas reacções estiveram longe de amuos e beicinhos. O humor deverá ter limites, sobretudo quando se trata de questões sensíveis como, por exemplo, o terrorismo? Porquê?
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