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Interesses lácteos

por Carla Hilário Quevedo, em 25.11.08

Não fazia a mínima ideia de que não comia um iogurte há dezenas de anos, apesar de lanchar um de papaia e kiwi quase todos os dias. Mas se pensarmos bem, os iogurtes sabem quase todos ao mesmo: a uma mistura artificial de leite em pó e água quando são «naturais», e de leite em pó, água e pedaços de coisas quando são de «fruta». Ou seja, a uma aguadilha com ou sem o ligeiro travo a morango. É raro encontrar hoje em dia um iogurte que fique na memória. Daí a urgência de escrever a respeito de um recente achado lacticínio: os iogurtes soberbos da Emmi (não confundir com o IMI), que publicito sem por isso ganhar um único iogurte extra. Considero que a partilha dos bons sabores faz parte do vasto conjunto das boas acções a praticar. Avisar que os iogurtes com pedaços de ananás e de morango são ainda assim superiores aos da manga «tipo Alphonso, proveniente da Índia, onde é considerada a rainha das mangas» é uma espécie de adenda à boa acção da vulgar partilha. Os de ananás são soberbos porque tudo naquele pequeno boião é verdadeiro; os de morango transportam o consumidor no tempo, e, por fim, os de manga serão com certeza óptimos para os apreciadores de sabores menos ortodoxos.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 22-11-08.

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publicado às 19:11