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Júris de última geração

por Carla Hilário Quevedo, em 31.03.09

O The New York Times noticia que há uma onda de julgamentos anulados ou com pedidos de anulação pelo seguinte: alguns membros do júri acedem à Web para fazer pesquisas sobre o acusado ou sobre o próprio julgamento e outros fazem comentários sobre as suas actividades como membros do tribunal no Twitter ou no Facebook. Ora qualquer pessoa com televisão sabe que os jurados nos Estados Unidos estão proibidos de divulgar e obter informações sobre os casos em que participam. O controlo destas actividades paralelas é quase impossível sempre que alguém usa um Blackberry, por exemplo. Quando um membro do júri é apanhado numa destas graves indiscrições cibernéticas, os advogados pedem à anulação do processo, que na maior parte das vezes é concedida. Não sei o que faria se fosse júri num caso escabroso e se seria capaz de resistir a contar as minhas indignações processuais e a descrever simpatias ou ódios por testemunhas ou réus que me fossem dados a conhecer. O meu palpite compreensivo sobre estas transgressões legais é simples. Tal como a tradição, o júri já não é o que era. Temos de saber lidar com a nova versão do homo sapiens: o homo informaticus.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 28-3-09.

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publicado às 11:45