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Achtung, Juden!
Há cerca de um ano, o presidente da Federação Internacional de Automobilismo, Max Mosley, foi apanhado numa cave em plena «orgia nazi» sadomasoquista na companhia de cinco prostitutas. Há uns meses, Bernie Ecclestone, amigo pessoal de Max Mosley e responsável máximo por negociar os direitos de transmissão das corridas de Fórmula 1, afirmou numa entrevista ao The Times que Hitler foi um grande líder, capaz de impor a sua vontade. É neste ambiente no mínimo pouco desportivo que se passa a seguinte história. O lendário corredor de automóveis Nelson Piquet teve um filho a quem chamou Nelson Piquet Jr. Seguindo as pisadas do pai, Nelsinho, como é carinhosamente tratado no Brasil, começara a correr pela Renault no ano passado. No Grande Prémio de Singapura, estava Nelsinho a acabar a prova, quando recebeu uma ordem pelo auricular. Era Pat Symonds, director executivo de engenharia da Renault, que o mandava ter um acidente para que o seu colega de equipa, Fernando Alonso, vencesse a prova. Nelsinho obedeceu e guardou segredo do caso até ao dia em que não lhe renovaram o contrato e decidiu falar. A FIA resolveu o Crashgate banindo o chefe da equipa, Flavio Briatore, da Fórmula 1, e afastando Pat Symonds por cinco anos. O fã de Hitler, Bernie Ecclestone, já fez saber que a decisão de expulsar Flavio Briatore lhe pareceu «exagerada». Quanto à própria Renault, sai deste episódio rocambolesco com uma pena suspensa de dois anos e sem multa. Nelsinho Piquet também escapa por estar ao abrigo da imunidade atribuída pelas autoridades do desporto automobilístico. Ficou entretanto provado que Fernando Alonso nada sabia do plano de Briatore e Symonds. Parece um episódio do C.S.I. mas não é. Concorda com a decisão de não castigar o responsável directo pelo resultado da corrida, Nelson Piquet Jr.? O desporto hoje em dia tem pouco a ver com competição e demasiado a ver com dinheiro? É possível voltar a confiar nos resultados das corridas de automóveis depois deste caso tão grave?
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