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Em Maio do ano passado, O laço branco (no original, Das weisse Band), do realizador alemão Michael Haneke, fora premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Agora venceu o Globo de Ouro para o Melhor Filme Estrangeiro. Está em exibição nas salas de cinema portuguesas e recomendo-o, mesmo a almas sensíveis. Numa aldeia do Norte da Alemanha, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, algumas pessoas inocentes e bondosas tentam sobreviver num meio de inveja e maldade. Entre as figuras meigas temos o Professor, a ama de Sigi, a Baronesa e as crianças mais pequenas, alvos preferenciais dos mais velhos. O pastor luterano, que educa os filhos com autoritarismo, acaba por ser uma figura ambígua, pois, apesar da rispidez, é capaz de se comover com o filho mais novo, além de se aperceber da maldade da filha mais velha. Muito curiosa neste filme de Haneke é a atribuição de virtudes à aristocracia (a baronesa) e de vícios a profissões incontestáveis e às crianças, sempre tidas como inocentes (o médico, a própria parteira e os filhos mais velhos das famílias dos criados). Que pena Michael Haneke não ter contado um bocadinho mais.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 22-1-10