Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
The Bedwetter: Stories of Courage, Redemption and Pee é o título da autobiografia da comediante norte-americana Sarah Silverman. Publicar uma autobiografia aos 39 anos de idade parece uma excentricidade adequada aos nossos tempos velozes. Mas não será cedo? Talvez não tanto quando pouco sabemos sobre a vida de Silverman, à excepção do onomasticamente visível: Sarah é judia. Num artigo elogioso no Guardian, Paul Harris explica que ser uma judia bonita tem salvo Silverman de vários sarilhos. A explicação é paternalista mas não deixa de ter uma certa razão. Mas além de pertencer às minorias judaicas e femininas referidas, Silverman é inteligente e destemida. Se é certo que a comédia é uma profissão de risco, Sarah tem levado o exercício da sua actividade humorística a um limite selvagem. Piadas duras e hilariantes sobre sexo e religião fazem parte do seu repertório. Segundo explica na autobiografia, ter feito chichi na cama até muito tarde, passando por momentos embaraçosos, acabou por lhe dar a coragem de que precisava. A libertação pelo trauma não é uma teoria original, mas funciona bem para a legião de fãs, que até agradece descrições autobio-escatológicas.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 14-5-10