Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Kate Moss (acompanhada de Jason Wu, Alexander Wang, Alexis Mabille, Lara Stone, Carlotta Danti, Samuel Francois. Fotografia de Bruce Weber)
... isto que escrevi há dias levou-me a isto que escrevi há anos. É uma posição difícil de explicar esta de gostar por defeito. É mais gostar por inércia ou por passividade, o que parece contrariar a própria ideia de gostar. Há aqui uma complicação por resolver. Como podemos gostar de pessoas sem as conhecer? Encolhendo os ombros e dizendo: «São só pessoas». Não estou a falar de casos-limite: assassinos, pedófilos ou gente que come com a faca e diz «a nível de». Falo de «pessoas como nós», seres humanos habitantes do planeta, que não pediram para cá estar. Ainda têm de suportar o «não gosto» dos seus semelhantes? Porquê? É certo que gostar de toda a gente implica não gostar de ninguém, mas não é isto que interessa para aqui. Estou a falar de uma atitude mais frívola ou mais cool ou mais distanciada. Como se esta maneira de gostar fosse uma saudação: um «happy to be here» quotidiano. E depois logo passamos às alegrias e às dores de nos conhecermos uns aos outros. Mas até que se chegue a não gostar há um caminho a fazer.