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Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 17.08.10

Kate Moss (acompanhada de Jason Wu, Alexander Wang, Alexis Mabille, Lara Stone, Carlotta Danti, Samuel Francois. Fotografia de Bruce Weber)

 

... isto que escrevi há dias levou-me a isto que escrevi há anos. É uma posição difícil de explicar esta de gostar por defeito. É mais gostar por inércia ou por passividade, o que parece contrariar a própria ideia de gostar. Há aqui uma complicação por resolver. Como podemos gostar de pessoas sem as conhecer? Encolhendo os ombros e dizendo: «São só pessoas». Não estou a falar de casos-limite: assassinos, pedófilos ou gente que come com a faca e diz «a nível de». Falo de «pessoas como nós», seres humanos habitantes do planeta, que não pediram para cá estar. Ainda têm de suportar o «não gosto» dos seus semelhantes? Porquê? É certo que gostar de toda a gente implica não gostar de ninguém, mas não é isto que interessa para aqui. Estou a falar de uma atitude mais frívola ou mais cool ou mais distanciada. Como se esta maneira de gostar fosse uma saudação: um «happy to be here» quotidiano. E depois logo passamos às alegrias e às dores de nos conhecermos uns aos outros. Mas até que se chegue a não gostar há um caminho a fazer.

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publicado às 07:52