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Monica Bellucci
... e andou tanto de um lado para o outro que Russell achou melhor chamar um médico, não estaria Wittgenstein à beira de uma depressão com tendências suicidas. O médico lá foi vê-lo, e declarou com a sabedoria medicinal: «É tudo nervos». Mas quem estaria afectado por uma doença que lhe ensombrava o espírito era Russell, apaixonado pela crente fervorosa, Lady Ottoline Morrell (Otolina, Leopoldina.... ora, Lina e Dina). Queria tanto estar com ela que estava disposto a ser outra pessoa; passar a acreditar no que não acreditava, por causa daquela paixão. Foi neste estado sublime que Russell conheceu Ludwig Wittgenstein. Durante meses escreveu a Ottoline a dizer que tinha lá um alemão que estudara em Manchester, e não percebia bem se era estúpido, mas tinha a certeza de que era um chato. Até que percebeu, a partir de uma ocasião informal, que estava na presença do génio. Quando Russell, doente de amor por Ottoline, lho disse, salvou a vida de Wittgenstein. Mais tarde, W. confessaria a David Pinsent (um completo Bertie Wooster) que fora Russell quem o salvara de nove anos de profunda solidão. Como observa Ray Monk, com justiça e brilhantismo em vários momentos da biografia (e agora na página 55), por outras palavras, talvez Russell não tivesse acarinhado W. se estivesse todo muito certinho e concentrado no seu trabalho.