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Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 01.10.10

Kate Moss

 

... a propósito do que escrevi aqui e aqui sobre estar apaixonado, um leitor enviou-me um YouTube em que é revelada a neurotreta em todo o seu esplendor. Helen Fisher dedicou a sua vida a estudar o cérebro de criaturas em estado de paixão e desenvolveu uma teoria que se baseia exclusivamente no estudo das reacções de uma condição inexplicável. Que os níveis de dopamina estejam mais elevados numa pessoa apaixonada não explica o seu estado. É como explicar a doença pelas suas reacções. Mas não explica porque é que nos apaixonamos por aquele e não por outro. Não indica, portanto, uma causa. Pior: trata possíveis efeitos como causas. A impossibilidade de explicação está, aliás, presente num exemplo dado por esta bióloga antropóloga, amante das TAC. Numa situação de sexo ocasional, pode acontecer que os tais níveis de dopamina subam. E? O exemplo ilustra a falta de consistência da sua teoria. Entretanto, ontem percebi que estar apaixonado e ter uma epifania são coisas diferentes. Há uma disposição para ter uma epifania que não existe no caso da paixão. Posto isto, não sei explicar porque é que me aconteceu o que me aconteceu e me fez mudar de ideias. Mas talvez, isso sim, para mudar de ideias, seja preciso estar num certo estado.

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publicado às 09:04