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Apelo excessivo

por Carla Hilário Quevedo, em 09.11.10

Considerado o homem mais influente dos Estados Unidos da América pelos leitores do AskMen.com, Jon Stewart organizou um comício no National Mall em Washington. Duzentas mil pessoas assistiram ao evento que tinha Restore Sanity como mote. Declarações da candidata do Tea Party, Christine O’Donnell, sobre o pecado da masturbação e acusações de racismo dos Democratas aos Republicanos são exemplos do tom extremado e maniqueísta da campanha eleitoral norte-americana. O projecto de recuperar a sanidade não é por isso inoportuno. Num «momento de sinceridade», no discurso de encerramento, Jon Stewart apelou à moderação e afirmou que não tinham estado ali reunidos para ridicularizar ninguém de fé nem para fazer de conta que estava tudo bem. Jon Stewart criticou as reacções exageradas em geral e os que não distinguem terroristas de muçulmanos. Jon Stewart é uma das pessoas certas para apontar a falta de discernimento. Um bom comediante é sensível como poucos à crueldade dos extremos. O seu discurso foi empolgante, mas a mensagem é ingénua. Pedir a alguém que seja moderado é um bocadinho como dizer a quem está nervoso que tenha lá calma, pronto.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 5-11-10

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publicado às 19:37