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Na semana passada foi notícia que Assunção Cristas decidiu subir a temperatura nos edifícios que dependem do seu ministério. A poupança energética com o corte no uso do ar condicionado abrange os 10.500 funcionários dos 1500 edifícios do Ministério da Agricultura e do Ambiente, e poderá abarcar toda a administração se os resultados forem positivos. Além do efeito esperado na factura da electricidade, a medida também permite a redução das emissões de dióxido de carbono. Não me parece uma medida simbólica. É uma poupança comparativamente pequena, se tomarmos a dívida soberana como referência, mas é uma economia considerável se pensarmos no descuido habitual na despesa das repartições do Estado. A medida não é original e já foi tomada noutros países. Mas a maioria dos comentadores e jornalistas não perdeu a oportunidade de criticar com ironia e sarcasmo este pequeno contributo para combater o desperdício. É curioso observar como o cinismo se instalou nos meios de comunicação social. Até ouvi dizer na televisão que esta era «a maneira de Cristas solucionar a nossa dívida pública». Com certeza que a medida não resolve tudo, mas é de pequenino que se torce o pepino.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 22-7-11