Muitos parabéns!
Ao Luís Carmelo e ao seu
Miniscente muitas felicidades e muitos anos de vida neste quarto blogoaniversário!
Eu hoje acordei assim...
Natalie Portman
... tenho esta fotografia de Natalie Portman guardada há meses. Pertence àquela espécie de logro que se chama
Closer (não me leve a mal, Nuno Markl, posso até explicar-lhe ao pormenor porque é que aquilo não presta). Detestei de tal forma esse filme que não o consegui ver até ao fim. E sobretudo não vi a cena em que Natalie Portman se apresenta nestes preparos alilazados. Mas para o efeito - que é o de perceber o que é me fez guardar esta fotografia durante tanto tempo - o contexto é irrelevante. Há dois aspectos que me agradam nesta fotografia - e, de repente, este
post torna-se absurdamente intimista - e que são os seguintes: 1) a sombra bem marcada a meio e 2) o exagero de uma cor. A sombra dulcifica ainda mais a beleza da actriz mas também a torna misteriosa e inacessível. Não sei se foi Dorothy Parker que disse sobre outra mulher que tinha a beleza da esfinge mas nenhum do seu mistério, mas parece-me demasiado fácil para lhe pertencer, não sei. Seja como for, não é o caso. Há ali um mistério, algo completamente inacessível e, nesse sentido, a fotografia é absolutamente óbvia: podemos contar com a mais completa obscuridade. O exagero do tom - neste caso, o cor-de-rosa nos cabelos, na sombra dos olhos e na boca - só reforça o mistério. O disfarce suscita curiosidade ao mesmo tempo que aponta para a impossibilidade de conhecimento. Talvez seja uma fotografia profundamente feminina dentro de um género feminino triste, muito ao contrário
desta outra de Eva Mendes.