Na noite das intercalares do dia 15 de Julho em Lisboa, o casal Quevedo sentou-se de novo em frente à televisão com duas mãos no computador e outras duas no comando. A sempre agradabilíssima soireé familiar foi desta vez acompanhada de um Cunha Martins branco do Dão e água das pedras fresca. O resultado está à vista de todos.
Mais uma vez, o vencedor inequívoco das eleições é a abstenção. Ou, como disse uma jornalista da RTP, "houve muita abstinência". Não há data nem condições climatéricas adequadas para a prática da democracia em Portugal. Ou literalmente não existe um clima democrático em Portugal. Ou chove ou faz sol e nenhuma das duas hipóteses é boa para votar. Depois a data. Se é 11 de Fevereiro é porque é 11, e é porque é Fevereiro. Se é 15 de Julho, é porque é 15, é porque é férias, é porque há que escolher entre doze candidatos quando afinal agora o que queríamos mesmo era dizer sim ou não. Porque é que no referendo ao aborto no dia 11 de Fevereiro não havia doze alternativas e porque nas eleições para a Câmara de Lisboa no dia 15 de Julho não houve só duas? (
O Presidente da Cama de Lisboa continua na
Atlântico de Agosto.)
Eu hoje acordei assim...Sydney Tamiia Poitier
... de génio o novo filme de Quentin Tarantino,
Death Proof.