- É verdade. Sabe que nas minas não há telefone. Não há sequer luz, veja bem!
- Pois se não há luz, como posso ver bem, Charlotte?
- Percebo que se esteja a armar em esperta e engraçada. Tenho aliás uma vasta experiência com criaturas atrevidas, mas repare: a Pilar não está nas minas.
- Tem razão.
- A conversa acaba sempre assim. Parece que precisam de um conflito comigo. Eu já sei que me ama Pilar mas sou casada e tenho dias em que trabalho 18 horas de seguida.
- Ai, Charlotte...
- Compaixão, ouviu? Tenha compaixão!
- Shacaxxaxxafsvsdfthj...
- A Charlotte ouviu isto?
- Ai que são os tais barulhos!
- Shacaxxaxxafsvsdfthj...
- (em uníssono) Pois são!
- Casa Pia, Casa Pia, Casa Pia...
- Charlotte!
- Adoro fazer isto. Sempre que ouço um barulho no telefone digo Casa Pia.
- Charlotte, que disparate!
- Só me faltava inventar uma telefonista com problemas com a liberdade de expressão e funções de super-ego...
- Claro que já vi! Por quem me toma? Se eu fosse uma rapariga grafiteira - que até sou, só não tenho é tempo para andar por aí a pintar paredes - uns minutos antes de o Putin chegar a Portugal tinha pintado um enorme "QUE TE PARIN" lá onde ele esteve hospedado.