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Carmen Electra
... cheguei à seguinte conclusão: Aristóteles não escrevia mal; só não estava interessado. (Se a vossa bomba preferida fosse um mimo de temperança como ambiciona ser, não dizia mais nada, porque esta frase é suficiente; mas como ainda tenho de andar um bom bocado até atingir o estado intermédio desejável - no meio, isto está tudo no meio! - vou continuar.) Estava interessado em falar, daí as repetições, o estilo desajeitado; ou melhor, as repetições aparentes, porque Aristóteles repete-se com o objectivo de esclarecer e concluir. É um bocadinho como se estivesse a escrever em voz alta, sendo a diferença principal que pensava com uma clareza tão brilhante que encandeia. E depois talvez o que mais me agrada: ali não há autor nenhum. É irrelevante no texto quem o escreveu. Vou tentar explicar melhor: o autor omite-se por completo naquilo que escreve, o que é de uma nobreza superior (estando, nunca está). Ora, temos uma pessoa que pensa em voz alta, escreve os seus pensamentos nas tintas para o estilo, e que ainda assim não está presente no que escreveu. Perfeito. Absolutamente perfeito. E agora vou me levantar.