bomba inteligente

... elaborada pela Rititi. Bem sei que arrisco ao propor que se inclua este elemento freak: Dexter Morgan. Mas o que pode ser mais masculino que um serial-killer justiceiro? 

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The Fly

A fly had fallen into an earthen pot [chrytros] full of boiled meat. On the verge of drowning in the broth [zõmos], she said to herself: 'I've eaten, I've drunk, I've had a bath. Death can come. It doesn't matter to me.'

Aesop, The Complete Fables, translated by Olivia and Robert Temple, Penguin Books, 1998, p. 175.

... Roger Scruton tritura com toda a raiva (e, parece, com bastante razão) o autor de um livro candidato a melhorar algumas vidas com o título Why Animal Suffering Matters. Não li o livro, mas segundo Scruton - que, não esqueçamos, é caçador -, o argumento de Andrew Linzey, director do Centro de Ética Animal, em Oxford, leva a que sejamos obrigados a ser vegetarianos, além de repudiar que matemos animais em quaisquer circunstâncias: para comer, combater pragas, etc. Acho que nem o chato do Peter Singer defende tal coisa. Fazia falta na discussão um teólogo anglicano fundamentalista? Sem ler o livro não posso dizer mais. Nem vou ler tão cedo.

"Cristiano Ronaldo? I hope you got your shots before you traveled. Should I be worried?", diz Blair Waldorf a Serena van der Woodsen no primeiro episódio da terceira temporada.

A rainha gostava de livros mas não era grande leitora. Até ao dia em que saiu do palácio de Buckingham atrás dos cães, que correram em direcção à biblioteca itinerante de Westminster. Para compensar a algazarra, e já que ali estava, levou um livro emprestado. Optou por um romance de Ivy Compton-Burnett, mas só porque lhe dera o título de Dame. Como achou que as personagens falavam todas da mesma maneira, decidiu devolver o livro o quanto antes. Foi então que se cruzou com Norman, um ajudante de cozinha que lhe aconselhou um romance de Nancy Mitford, e que por causa do seu bom gosto, acabou por ser promovido a assistente literário de Sua Majestade. Do seu percurso de leitura compulsiva fizeram parte o tédio em relação a Henry James ou a divertida incompreensão sobre as diferenças de classes sociais nos romances de Jane Austen. Nas audiências a rainha só falava de livros, aconselhando os ministros sobre o que deveriam ler. E quanto mais lê, mais incómodo provoca nos que não são capazes de a acompanhar. O desfecho de A leitora real, em boa hora traduzido para a Asa, é tão divertido como o resto desta história escrita por Alan Bennett. Um livro delicioso.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 8-1-10

Obrigada pelos Seis Contos Morais.

Monica Vitti

... parece mesmo um dia de Inverno, coisa extraordinária em pleno mês de Janeiro...