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Por acaso, gosto do Carnaval em Portugal, sempre muito pobrezinho e a tiritar de frio. Sobretudo das festividades locais e pagãs, com badalos à cintura e cabeças gigantes. Parecem gregos. Mas gosto mais da Banda Alegria Sem Ressaca. Cá não há coisas destas assim tão boas.
No Guardian perguntavam afinal de quantos vídeos precisamos a parodiar Hitler. A pergunta parece disparatada para os que não partilham do vício de visitar o YouTube. Pouco depois da estreia do filme A Queda, de Oliver Hirschbiegel, começaram a aparecer paródias de uma cena em particular. Falo do momento em que Hitler é informado de que a guerra está perdida, com a gritaria subsequente do ditador, tudo, claro, em alemão. A troça consiste em substituir o discurso original por temas da actualidade: Hitler fica sem acesso ao Twitter, ou Hitler é expulso da Xbox online. Noutros, temos legendas sobre pormenores do quotidiano, como a pizza que nunca mais chega e outras coisas assim parvas, mas que, dependendo do talento dos autores, podem chegar a ter muita graça. A última que vi foi Hitler a declarar guerra às paródias da cena de A Queda no YouTube. A língua alemã, a personagem sinistra e a excelente interpretação de Bruno Ganz são condições preciosas para os apreciadores da troça. Tentando responder à pergunta do jornal inglês, diria que não há um limite de vídeos a brincar com esta cena. Por mim, desde que tenham graça, podem continuar.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 12-2-10
Marilyn Monroe
... isto é tudo muito fácil de perceber: escrevo bastante menos no blogue porque não gosto nada de repetir ideias que tenho para escrever noutros sítios nem quero mostrar outras que ando a desenvolver noutra freguesia. A novidade destes últimos tempos (desde o ano passado) consiste em não escrever no blogue sobre os assuntos que mais me interessam. Isto não é bom nem mau, nem foi planeado. Simplesmente aconteceu. Talvez por ser inevitável. E o tempo não é elástico. Mas vou ver se arranjo ainda mais motivos de interesse. Parece difícil mas não pode ser. Afinal de contas, partilho da curiosidade ilimitada do gato Varandas. Tem, por exemplo, muita graça o comentário mais votado a este texto oh tão lindo do Miguel Esteves Cardoso. Diz assim a Leonor: "Um Homem deste calibre é que eu precisava lá em casa e não o panhonhas com quem me casei, que só sabe ver futebol e beber cerveja!". Já penosa foi a participação de José Gil no notíciário de ontem de Mario Crespo. O que dizer do não-dito que de tal forma não é dito que chega a um ponto em que deixa de ser dizível? Ai que não é nada fácil ser filósofo em Portugal.