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Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.
Alberto Caeiro
Anita Ekberg
... the horror! Pobre Tut, indeed. A tecnologia nas mãos erradas dá nisto. A fotografia fez-me lembrar a Comissão de Ética, Sociedade e Cultura. Acredito nas suas boas intenções, apesar do nome pomposo, mas o resultado tem sido grotesco. E é o resultado que conta. Dou por mim a ter saudades de um tempo em que não fazíamos ideia do que os senhores deputados "iam para lá fazer". E de uma época em que se dizia que os deputados "iam para lá dormir". Graças à tecnologia avançada temos o canal do Parlamento. Quaisquer dúvidas a respeito dos representantes da nação - e estes não são escolhidos por nós - ficam eliminadas após cinco minutos de ArTV. Outra coisa. Sou a única pessoa no país e arredores a achar que há qualquer coisa profundamente errada na reconstrução rápida da Madeira, não sou? Não falo do espírito de entreajuda dos madeirenses, mas na pressa em "pôr tudo bonitinho" - expressão medonha de Alberto João Jardim - depois do horror das enxurradas na Madeira. Com corpos por enterrar, este é um exemplo da típica estupidez moderna. Com medo do luto, sem tempo para chorar os mortos, sem capacidade para sofrer, sempre com esta necessidade imoral de andar demasiado depressa para a frente.