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(É muito diferente)

por Carla Hilário Quevedo, em 25.02.10

Agora que sinto amor

Tenho interesse no que cheira.

Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.

Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.

Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.

São coisas que se sabem por fora.

Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.

Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.

Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.

 

Alberto Caeiro

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publicado às 18:09

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 25.02.10

Anita Ekberg

 

... the horror! Pobre Tut, indeed. A tecnologia nas mãos erradas dá nisto. A fotografia fez-me lembrar a Comissão de Ética, Sociedade e Cultura.  Acredito nas suas boas intenções, apesar do nome pomposo, mas o resultado tem sido grotesco. E é o resultado que conta. Dou por mim a ter saudades de um tempo em que não fazíamos ideia do que os senhores deputados "iam para lá fazer". E de uma época em que se dizia que os deputados "iam para lá dormir". Graças à tecnologia avançada temos o canal do Parlamento. Quaisquer dúvidas a respeito dos representantes da nação - e estes não são escolhidos por nós - ficam eliminadas após cinco minutos de ArTV. Outra coisa. Sou a única pessoa no país e arredores a achar que há qualquer coisa profundamente errada na reconstrução rápida da Madeira, não sou? Não falo do espírito de entreajuda dos madeirenses, mas na pressa em "pôr tudo bonitinho" - expressão medonha de Alberto João Jardim - depois do horror das enxurradas na Madeira. Com corpos por enterrar, este é um exemplo da típica estupidez moderna. Com medo do luto, sem tempo para chorar os mortos, sem capacidade para sofrer, sempre com esta necessidade imoral de andar demasiado depressa para a frente.

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publicado às 08:57