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À especial atenção do maradona

por Carla Hilário Quevedo, em 04.05.10

John Singer Sargent, em 1914

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publicado às 21:32

«És bailarina!»

por Carla Hilário Quevedo, em 04.05.10

 

A última caça aos talentos vocais, no Ídolos, não me animou. Os concorrentes eram demasiado novinhos, à excepção da Diana, que não ganhou mas é como se tivesse ganho, e as galas eram intermináveis. Já o novo concurso de talentos da SIC, «Achas que sabes dançar?» – em inglês, «So You Think You Can Dance?» – arrisca a ser um dos programas mais divertidos da televisão portuguesa. Espero que passada a primeira fase, não cedam à tentação de prolongar os episódios além da correcta uma hora. Nesta selecção básica, em que é divertido ver como separam o trigo do joio, percebemos como cantar e dançar estimulam reacções diferentes, tanto da parte dos candidatos como do júri. Na dança há mais riscos: os cromos são super-cromos, e os que sabem dançar, sabem mesmo. A falta de meio-termo facilita a tarefa de César Augusto Moniz, Marina Grangioia e Miguel Quintão. Mas o melhor de tudo é a atitude dos três jurados perante os cromos. Como os riscos são imensos, os momentos de cromice são aceites com compreensão. Bater palmas e sorrir aos que acham que sabem dançar e estão enganados é boa ideia. A televisão também serve para as pessoas serem inofensivamente livres.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 30-4-10

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publicado às 20:53

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 04.05.10

Sophia Loren

 

... gosto de pensar que sou uma pessoa inocente que deixou de acreditar nalgumas coisas. Considero esta perda natural (acontece mais ou menos a todos), mas nem por isso me agrada. Deixei de acreditar, por exemplo, na vontade dos políticos em resolver os problemas graves deste país. É um exemplo chocho, também comum a todos; até nem parece nada de especial, mas é sincero. Quando vejo Pedro Passos Coelho, com um ar de falinhas mansas - quem lhe disse que aquela pose era credível? - a encontrar-se com Sócrates, percebo que é provável que venha a ser o próximo primeiro-ministro de Portugal. Foi hábil, sem dúvida. Mas quer saber disto para alguma coisa? Esta pergunta justifica-se num momento em que os políticos não são confiáveis. No outro dia ouvi o Pacheco Pereira a dizer que as pessoas culpavam os políticos de tudo. (E também concordo que Teixeira dos Santos é o único com cara de preocupado no governo.) É verdade; penso que mais que nunca. Mas a responsabilidade desta ideia generalizada é dos políticos, não das pessoas. Salvo raras excepções, nenhum parece estar interessado em resolver problemas. É que 'resolver' significa 'decidir', e para isto é preciso ter coragem. Coragem para dizer que não muitas vezes, por exemplo. Não ao TGV, não ao novo aeroporto, não às cinquenta mil auto-estradas em que depois ninguém circula. A última pessoa que vi com este ânimo foi Manuela Ferreira Leite. Apesar de não concordar com muito do que pregava, a senhora queria saber disto. Passos Coelho não me desagrada completamente. E não, não é nada o meu estilo - muito novinho, português, barba feita. Talvez porque num momento de inocência ainda acredite que a pose não faz o homem. A acrescentar ao caos governativo em que nos encontramos, o sol tem estado demasiado tímido para o meu gosto. E o que eu gosto de um sol bem forte, senhores!

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publicado às 09:37