Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Rádio Blogue: Boleia solidária

por Carla Hilário Quevedo, em 16.07.10

As campanhas de sensibilização dos portugueses à utilização dos transportes públicos em detrimento do automóvel poluente nunca são muito fáceis de fazer. Pedir às pessoas que alterem o seu estilo de vida por causa do ambiente pode até ser ouvido e percebido mas demora sempre tomar as decisões que levam à mudança. Os momentos de crise económica podem ser aproveitados para reavaliar os nossos hábitos. Deixar o carro em casa e passar a usar os transportes públicos parece ser uma mudança boa, mas só para os que não morarem numa zona da cidade com maus acessos entre a casa e o local de trabalho. Por vezes, é preciso ter condições para mudar de vida, e apesar das melhorias visíveis na rede de transportes citadina, os portugueses urbanos continuam a levar o carro para todo o lado. A utilização da bicicleta na Lisboa das sete colinas só não é uma dor de cabeça para os profissionais do ciclismo. Mas de todas as ideias de incentivo à redução da poluição automóvel nas cidades, o carpooling tem sido a menos popular. Se convencer as pessoas a trocar o carro pelo autocarro é difícil, mais complicado será persuadir o condutor individualista de não haver nada melhor que partilhar o seu espaço. O carpooling consiste em usar um automóvel pessoal para transportar o maior número de passageiros. Ter o mesmo destino, morar na mesma zona e ter os mesmos horários de trabalho são condições importantes para este sistema de boleia solidária funcionar. Segundo uma notícia no Público, a fraca adesão ao carpooling na Área Metropolitana de Lisboa tem uma razão psicológica. Quem o afirma é Gonçalo Correia, um dos autores de um estudo sobre a viabilidade deste sistema de boleia solidária. O problema é «a questão psicológica de uma pessoa partilhar o seu veículo com outras pessoas, que pode não conhecer tão bem ou mesmo não conhecer». A que se deve a fraca adesão a este sistema de boleia solidária? O carpooling teria mais sucesso se fosse organizado pelas juntas de freguesia ou pelas próprias empresas?

 

Publicado hoje no Metro. Deixe a sua opinião através do 21 351 05 90   ou no Jazza-me Muito. Os comentários que chegarem até quinta-feira, dia 22 de Julho, às 15h, vão para o ar na Rádio Europa na sexta, dia 23, às 10h35.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:41

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 16.07.10

Natalie Wood

 

... depois de ver o último episódio de The Wire, apetece-me voltar ao princípio e ver tudo outra vez. Tenho a sensação de não prestado atenção a todos os pormenores; não como devia, e como a obra merecia. É a primeira vez que isto me acontece com uma série de televisão. Esta impressão é certamente partilhada com os inúmeros fãs da série. Sei, por exemplo, que o Samuel Úria tem uma t-shirt muito bonita e que a Ana Margarida Craveiro gosta da ideia de fazer uma versão diferente para cada temporada do original de Tom Waits. Por mim, julgava que a ideia tinha aparecido pela primeira vez em Weeds, com as suas várias versões de Little Boxes. Mas The Wire é anterior (2002) e por isso leva o prémio de Melhor Ideia Original. A versão de que mais gosto é a da quarta temporada - aliás, a quarta temporada é uma maravilha do princípio ao fim, logo seguida da quinta, que é espectacular, da terceira, da primeira e, por fim, but not least, da segunda - e a banda sonora é excelente. Ainda e sempre, Stélios Kazantzídis: Tha éxo s'ólli ti zoí mou város sti sinidisí mou...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:43