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A realidade de quem?

por Carla Hilário Quevedo, em 17.08.10

O site Big Questions Online abriu há menos de um mês e recomenda-se. Nele podemos encontrar artigos de fundo sobre religião, moral e ciência, críticas de livros e textos de opinião acerca dos grandes temas da actualidade. Christine Rosen escreveu sobre os males que a reality tv nos estará a fazer. A quantidade de reality shows na América e mesmo em Inglaterra aumenta de dia para dia. A casa do Big Brother parece uma brincadeira de crianças quando comparada ao The Biggest Loser, em que ganha quem perde mais peso, ou o Real Housewives of D.C., que segue o quotidiano das donas de casa realmente desesperadas de Atlanta ou Nova Jérsia. Este aumento está relacionado com o interesse cada vez maior dos espectadores pela vida alheia absolutamente construída mas que insistem em reconhecer como «privada». Em vez de actores profissionais vemos anónimos a viver à frente das câmaras como se os programas não fossem editados e não houvesse uma história que tem de ser contada todos os dias. É certo que o formato promove uma confusão entre ficção e realidade e assim desperta a curiosidade. A realidade real destes programas é esta: o nosso voyeurismo.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 13-8-10

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publicado às 19:17

Be selective

por Carla Hilário Quevedo, em 17.08.10

Be objective

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publicado às 08:01

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 17.08.10

Kate Moss (acompanhada de Jason Wu, Alexander Wang, Alexis Mabille, Lara Stone, Carlotta Danti, Samuel Francois. Fotografia de Bruce Weber)

 

... isto que escrevi há dias levou-me a isto que escrevi há anos. É uma posição difícil de explicar esta de gostar por defeito. É mais gostar por inércia ou por passividade, o que parece contrariar a própria ideia de gostar. Há aqui uma complicação por resolver. Como podemos gostar de pessoas sem as conhecer? Encolhendo os ombros e dizendo: «São só pessoas». Não estou a falar de casos-limite: assassinos, pedófilos ou gente que come com a faca e diz «a nível de». Falo de «pessoas como nós», seres humanos habitantes do planeta, que não pediram para cá estar. Ainda têm de suportar o «não gosto» dos seus semelhantes? Porquê? É certo que gostar de toda a gente implica não gostar de ninguém, mas não é isto que interessa para aqui. Estou a falar de uma atitude mais frívola ou mais cool ou mais distanciada. Como se esta maneira de gostar fosse uma saudação: um «happy to be here» quotidiano. E depois logo passamos às alegrias e às dores de nos conhecermos uns aos outros. Mas até que se chegue a não gostar há um caminho a fazer.

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publicado às 07:52