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"The brave person is unperturbed, as far as a human being can be."
Aristotle, Nicomachean Ethics, translated by Terence Irwin, 1115a12, Hackett, 1999, p. 41.
Ava Gardner
... não faço ideia do que terá escrito Lobo Antunes que desagradou tanto aos militares. Mas para o caso, é irrelevante. O que me parece mal é estar a ser criada uma confusão perigosa entre coragem e cobardia. O artigo de ontem de Ferreira Fernandes contribui para esta confusão. Não valeu a pena tanta indignação e a asneira sonante no titulo. Até porque a lista apresentada por FF vale para os dois lados: se quisessem chegar a roupa ao pêlo ao controverso septuagenário - gentlemen, please! - tinham tido muitas oportunidades para o fazer. Hoje Ferreira Fernandes volta a escrever sobre o tema, desta vez dando um puxão de orelhas a quem surpreendentemente não concorda com ele. Factos? Uma pessoa é corajosa porque até sai de casa? É este o argumento? Como Lobo Antunes não fugiu (do país, suponho), casou e foi ao supermercado, é corajoso? Lembro que uma pessoa corajosa diz o que pensa e defende as suas ideias. Um bom momento para apresentar os motivos por que acredita no que escreveu é num debate. Quando é convidado a apresentar as suas ideias polémicas numa conversa pública, comparece; mesmo que seja desagradável ou naquele dia não esteja para aí virado. Não ir é fraco. Mas parece que hoje em dia esta ausência é correcta. Não é. Em parte nenhuma do mundo. E não, ninguém está realmente a falar de bofetadas.