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... andava à procura deste Matisse, Intérieur au vase étrusque, 1940.
Marilyn Monroe
... ontem vi num rodapé de um noticiário qualquer que o governo ou um jornal iraniano - não vejo diferenças - tinha ofendido Carla Bruni. Há uma diferença entre 'insultar' e 'ofender'. Presumir que Carla Bruni se tenha ofendido com o insulto é revelador de uma certa mentalidade, que toma por garantido que quem insulta automaticamente ofende. Era só o que faltava! O caso é muito mais grave. O insulto é o pormenor superficial de uma gente vil e violenta. E pessoas violentas não ofendem ninguém - devem apenas ser combatidas. Por falar em insultos e ofensas, julgo que me senti ofendida com um artigo bastante insultuoso no Público sobre Marilyn Monroe, em que se falava dos seus gostos de leitura e dos seus autores preferidos - Beckett e Joyce. Há imensas fotografias de Marilyn a ler. Assim como há de Audrey Hepburn a comer. Ninguém acreditava que Audrey Hepburn fosse tão magrinha naturalmente. Assim como ninguém acreditaria que uma superboazona gostasse de Joyce. No fundo, ninguém está preparado para ser confrontado com a perfeição. É muito difícil estabelecer uma ligação mínima com alguém com o aspecto de Marilyn Monroe (ou seja: mais ninguém) e um gosto literário tão sofisticado. Como se a boa literatura só pudesse ser lida e compreendida pelos feios. E há por aí tanto feio, que, só por sê-lo, até acredita que é intelectual. Viva a Marilyn! Fora os iranianos de todo o mundo!