Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Retrato de Walken enquanto jovem

por Carla Hilário Quevedo, em 24.09.10

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:54

Christopher Walken sobre Gene Kelly

por Carla Hilário Quevedo, em 24.09.10

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:52

E o que eu gosto de sapateado, senhores! (22)

por Carla Hilário Quevedo, em 24.09.10

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:50

Rádio Blogue: Contos do vigário

por Carla Hilário Quevedo, em 24.09.10

Um sujeito engravatado abordou uma septuagenária na rua fazendo de conta que a conhecia do banco. «Nunca mais apareceu na Caixa.» A septuagenária, que tinha conta na Caixa e pouca memória para caras, parou e respondeu como se tivesse sido apanhada em falso que realmente não, há muito que não ia ao banco. «Peço para me transferirem o ordenado, sabe?» A culpa leva ao excesso de partilha de informações. O sujeito engravatado continuou e informou a senhora de que o código do cartão tinha mudado. Prestável como poucos, disponível no meio da rua, propôs que fossem ambos ao Multibanco mais próximo. Ou melhor, que fossem os três: ele próprio, funcionário dedicado, a senhora amnésica e culpada, e o cartãozinho a precisar de actualização. Felizmente, a septuagenária era viva e mandou o sujeito engravatado dar uma volta. É esta vivacidade que falta aos casais de velhotes que entregam as poupanças de uma vida ao primeiro vigarista que aparece nas redondezas. O mesmo discernimento salvífico está ausente naqueles que adquirem com alegria a Ponte sobre o Tejo e assinam papéis para serem os dignos proprietários da Torre de Belém. Ser enganado faz parte da vida, mas há histórias de engano mais rocambolescas que outras. Dois belgas abordaram o BCP, a Câmara Municipal de Évora e uma empresa de construção civil com a intenção de pedir financiamento para a construção de uma fábrica de aviões. Um dos sujeitos apresentava-se como o Príncipe da Transilvânia e o cúmplice como cavaleiro do Principado da Transilvânia. Em Évora, nada disto soou mal, pois a autarquia até lhes chegou a ceder o direito de superfície de uma área de 2600 metros quadrados junto ao aeródromo local. Certamente por receio de os títulos não serem assaz sonantes para enrolar os do BCP, os dois alegados vampiros ainda se fizeram acompanhar de uma ministra da República do Congo, que estaria interessada em comprar os aviões fabricados em Portugal. Qual septuagenária viva, o BCP ouviu e chumbou a proposta. Os dois belgas estão a ser julgados por cinco crimes de burla qualificada. Os portugueses já foram mais fáceis de enganar?

 

Publicado hoje no Metro. Deixe a sua opinião através do 21 351 05 90 ou no Jazza-me Muito. Os comentários que chegarem até quinta-feira, dia 30 de Setembro, às 15h, vão para o ar, na Rádio Europa, na sexta, dia 1 de Outubro, às 10h35.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:42