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Do Exibicionismo

por Carla Hilário Quevedo, em 08.10.10

Braldt Bralds, Artichoke(s), 2009

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publicado às 17:58

Rádio Blogue: Filantropia

por Carla Hilário Quevedo, em 08.10.10

A propósito da inauguração do centro de investigação do cancro e das neurociências da Fundação Champalimaud, a sua Presidente, Leonor Beleza, quando questionada pelo Público sobre o acesso dos beneficiários do Serviço Nacional de Saúde ao Centro do Cancro, respondeu deste modo: «Não desejamos limitar o acesso apenas a doentes com grandes capacidades económicas. Existem neste momento conversações com o objectivo de não excluir desse acesso os beneficiários do Serviço Nacional de Saúde». Enquanto o acesso ao hospital recentemente inaugurado em Pedrouços estiver limitado a alguns doentes, o projecto filantrópico ficará por cumprir. É da natureza da filantropia dar sem exigir nada em troca. Diria que fazer o bem sem olhar a quem também se inscreve na mesma ideia. O trabalho de solidariedade nobre da Fundação ficaria incompleto se se limitasse àqueles que estão em boas condições financeiras de usufruir das condições deste novo hospital. Não termos uma tradição de filantropos em Portugal, como existe, por exemplo, nos Estados Unidos, não nos deve impedir de a iniciarmos bem. A notícia da inauguração do Centro Champalimaud para o Desconhecido é boa. Mas não é suficiente. Na época de profunda crise em que vivemos, as pessoas em Portugal são individualmente solidárias com os outros. Prova disto são as recolhas de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome, que aumentam de campanha para campanha. Isto significa que não há em Portugal nenhum problema com a ideia de dar a quem mais precisa. A filantropia parece, no entanto, ser muito pouco expressiva quando chega às maiores empresas ou aos grandes empresários do país. Neste momento de crise, nenhum grande empresário ou milionário português tomou a iniciativa de doar uma percentagem significativa da sua fortuna para suportar parte da rede escolar ou da rede dos transportes, da manutenção de hospitais, etc. O Estado português deve incentivar a filantropia, criando mais benefícios fiscais para as empresas? Ou a filantropia depende de uma mentalidade que simplesmente não existe em Portugal?

 

Publicado hoje no Metro. Deixe a sua opinião através do 21 351 05 90 ou no Jazza-me Muito. Os comentários que chegarem até quinta-feira, dia 14 de Outubro, às 15h, vão para o ar, na Rádio Europa, na sexta, dia 15, às 10h35.

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publicado às 17:47

É contado, pois*

por Carla Hilário Quevedo, em 08.10.10

"14. 1. Quando os oradores apoiantes de Tucídides clamavam contra Péricles, acusando-o de delapidar o dinheiro e de desperdiçar os lucros, este perguntou ao povo na assembleia se lhe parecia que gastava muito. Como lhe responderam que gastava muitíssimo, retorquiu: 'Pois bem, imputem-me a mim as despesas e não mais a vocês!... mas apenas o meu nome constará das dedicatórias dos monumentos.' 2. Ora quando Péricles fez esta afirmação, ou por admirarem a sua grandeza de alma, ou por rivalizarem pela glória dos edifícios, foi aos gritos que o exortaram a gastar do erário público e a usá-lo sem olhar a poupanças. 3. Por fim, ousou fazer frente a Tucídides e arriscar uma campanha pelo ostracismo, que lhe permitiu expulsá-lo e derrubar a facção oposta."

 

Plutarco, Vidas Paralelas - Péricles e Fábio Máximo, tradução de Ana Maria Guedes Ferreira e Ália Rosa Conceição Rodrigues, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos: Coimbra, 2010, p. 89.

 

* Citação a propósito deste post do FNV.

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publicado às 15:28

Agora com coreografia

por Carla Hilário Quevedo, em 08.10.10

 

Uma bela sugestão das Cartas do Meu Moinho. Mille thank you!

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publicado às 15:23