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Quem canta, seus males espanta.

por Carla Hilário Quevedo, em 07.12.10

Who sings, frightens his sorrows.

 

Fernando Pessoa, Provérbios Portugueses, Lisboa: Ática, 2010, p. 71

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publicado às 18:14

In time the Rockies may crumble,

por Carla Hilário Quevedo, em 07.12.10

Gibraltar may tumble,

They're only made of clay

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publicado às 18:05

Uma vez génio

por Carla Hilário Quevedo, em 07.12.10

Não há nada melhor no Inverno que uma retrospectiva cinematográfica em casa. Sei que não é o mesmo que ir ao cinema, mas apesar da opinião dos cinéfilos, sacrifico de bom grado a sensação produzida pela projecção dos filmes em ecrã gigante pelo controlo remoto e a calma do lar. O tamanho realmente não conta. As tosses, os risos e os comentários são nossos. Nestes últimos dias, vi e revi obras-primas do grande Luis Buñuel, que uma vez disse que, graças a Deus, continuava ateu, mas cuja teologia cinematográfica se sobrepunha a qualquer ideologia. Estava muito esquecida de O anjo exterminador. Lembrava-me apenas do básico. Um aristocrata rico convida um grupo de amigos para ir cear a sua casa depois do teatro. Terminada a ceia, ninguém consegue sair da sala. O facto de os criados, à excepção do mordomo, que está acima dos subordinados, se terem ido embora antes, é apenas um apontamento da clarividência proletária. Mas em Buñuel, o pormenor pode ser interpretado mais como cobardia que como liderança. O resto vale a pena ver ou, como aconteceu comigo, rever. O mistério é superior a qualquer interpretação. E as interpretações são todas menores. Buñuel rules.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 3-12-10

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publicado às 17:51

Traduções selvagens

por Carla Hilário Quevedo, em 07.12.10

Quando Fernando Pessoa reparou, em 1913, que Portugal não fazia parte da lista de volumes dos National Proverbs, decidiu sugerir fazer a selecção de alguns provérbios bem portugueses ao editor Frank Palmer. O editor acedeu e propôs-lhe que fizesse também a tradução para inglês. Não seria bem pago, mas Pessoa aceitou. É a publicação destes Provérbios Portugueses de Fernando Pessoa, pela Ática, que devemos agora saudar. Na introdução, os editores Jerónimo Pizarro e Patricio Ferrari relatam pormenores sobre o processo de consulta das fontes bibliográficas, o estudo que Pessoa fez sobre os ditos populares e considerações sobre o que terá levado o autor a optar por esta e não aquela tradução. A edição inclui ainda a correspondência entre o poeta e o editor e reproduções das capas de alguns dos National Proverbs. Não há nenhum provérbio traduzido que não provoque um ataque de riso no leitor. Por exemplo, para o provérbio «Não falles em corda em casa de enforcado», Pessoa opta pelo literal «Don’t mention ropes in the house of the hanged». Fará algum sentido para um leitor britânico? A opção de traduzir literalmente deixa perplexo o leitor luso. Mas, felizmente, não somos ingleses.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 3-12-10

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publicado às 17:43