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Now that we found love

por Carla Hilário Quevedo, em 10.01.12

What are we gonna do with it?

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publicado às 16:21

Má crítica em Nova Iorque

por Carla Hilário Quevedo, em 10.01.12

Carnage, de Roman Polanski, foi recebido com críticas de ódio nos Estados Unidos. O The New York Times pegou em irrelevâncias de tratamento entre as personagens (nunca se tratariam por Mr. ou Mrs., mas logo pelo primeiro nome) e sugeriu que a peça de Yasmina Reza, em que Carnage se baseia, fosse apenas lida em palco, pois seria mais estimulante do que o filme. Os conflitos entre a justiça americana e o realizador são bem conhecidos, o que explica a falta de pudor na antipatia, mas o que é certo é que o NYT não tem razão. Carnage é um grande filme, protagonizado por quatro grandes actores (Jodie Foster e Kate Winslet estão nomeadas para os Globos de Ouro). Além do mais, é um bom exemplo de como o cinema pode superar o teatro. No palco não seriam tão credíveis as tentativas de saída dos Cowan da casa dos Longstreet, por exemplo, nem poderíamos apreciar o à-vontade de Alan Cowan, sentado no móvel alheio de uma sala hostil. Não teríamos acesso às expressões dos actores, tão ricas em frustração, ódio e violência. O desentendimento entre os filhos de ambos une estas quatro pessoas. Ou três pessoas que se querem salvar e Alan Cowan (ou Polanski), que já desistiu há muito.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 6-1-11

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publicado às 16:01

Entretanto, a descansar em Olivos, depois da operação...

por Carla Hilário Quevedo, em 10.01.12

... Cristina Kirchner não tinha cancro. Chávez não acerta uma.

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publicado às 15:55

Pensar em voz alta

por Carla Hilário Quevedo, em 10.01.12

A expressão 'pensar em voz alta' dá muito jeito. Significa, paradoxalmente, que estou a dizer o que não foi pensado. Não é vinculativo, não me podem acusar de estar a dizer uma estupidez, nem podem usar esta inconfidência voluntária como se fizesse parte da minha opinião ou fosse sequer da minha responsabilidade. Se digo que estou a pensar em voz alta estou, com infantilidade, a pedir imunidade, como numa brincadeira de crianças. Faz sentido porque pensar é livre, e é um alívio porque é uma maneira convencional de parar a realidade sem consequências. Mas nem sempre podemos recorrer desta suspensão no discurso. Lembrei-me deste recurso retórico quando Hugo Chávez insinuou que os americanos teriam descoberto uma maneira de contaminar os líderes sul-americanos incómodos com cancro. Chávez estava a pensar em voz alta, e tem todo o direito a matutar no que entender, mas as circunstâncias de estar a fazer um discurso para milhares de pessoas, transmitido em directo pela televisão, sabendo que as agências internacionais de informação o difundiriam para o mundo inteiro, não o isentam das suas responsabilidades políticas. Digo eu, a pensar em voz alta.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 6-1-11

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publicado às 15:53