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Joelle 'Ava Crowder' Carter
... depois de uma semana com tantas emoções, aproveitemos para fazer uma revisão da matéria impingida. Começou com Alexandre Soares dos Santos a 'emigrar' para a Holanda (país horrível, by the way) por causa da estratégia de internacionalização da empresa. Apesar de ser mais last week, lembremos que seria uma notícia da qual ninguém falaria, não se tivesse dado o caso de Soares dos Santos ter andado durante meses nas televisões a fazer apelos patrióticos à união de esforços. O problema não foi tanto a incoerência, mas ter cedido com exibicionismo televisivo à tentação de criar expectativas a respeito de si próprio. Fazia, enquanto isso, o favor de nos iluminar o caminho para a salvação da pátria. Fícámos, então, a saber que o caminho acabava no notário. O segundo caso traduz-se numa conta de somar: 45000 + 9600 = ordenado de chairman não executivo reformado. Eduardo Catroga, que alguém tivera o bom senso de recambiar para o Brasil, volta a esta terra sem esperança para, numa entrevista à RTP, se mostrar muito admirado quando a jornalista lhe pergunta se está a pensar em renunciar à reforma. Não me interessa saber quanto ganha Catroga, se é justo, se vale o seu peso pesado em ouro. Só fico espantada com a possibilidade da acumulação da reforma. Então e a austeridade? Eis que Eduardo decide apontar para Celeste Cardona. Está bem... Não custa tentar desviar as atenções de si próprio. Terceiro e último ponto: o clima de Paciência Zero propicia o aparecimento de novos santos em profissões inesperadas. É o caso de Horta Osório nas alturas a abdicar de um prémio do Lloyd's - ah, essa instituiçao de solidariedade social - de 2,3 milhões de libras (quase três milhões em euros). É levado em ombros nas redes sociais, que são, como o próprio nome indica, frágeis. O que temos a ver com a decisão de um banqueiro em Inglaterra abdicar de um prémio de trabalho? E o que significa a sua declaração sobre a renúncia? Isto é tão 'gesto solidário' como eu sou a Brigitte Bardot em 1963. Se lhe apetecer falar sobre o que realmente o motiva, já que anseia por partilhar as suas escolhas com o mundo, estamos aqui para o ouvir. Nas palavras imortais de G.K. Chesterton, há que ouvir, ouvir, ouvir. Para terminar, gostaria de aproveitar o dia para pregar o seguinte: aproveitai o momento luminoso de desencanto, meus filhos, para usar a pouca massa crítica que Deus vos deu.