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Na terça-feira à noite, a sala do Twitter foi abaixo. O motivo para a agitação virtual era um programa de comentário de futebol na TVI 24 com o título bem português, A Noite do Futrebol. O protagonista é, como o nome indica, Paulo Futre, antigo jogador do Sporting, Benfica, Porto, Atlético de Madrid e outros clubes, que apareceu há tempo a fazer um presságio que sabemos estar confirmado: «vai vir charters da China». Ora, nem mais. Desde o prenúncio futriano que o vemos em anúncios, em revistas, a dar entrevistas, e agora temos o prazer de o ver no seu próprio programa, uma lufada de ar fresco no ambiente sombrio da programação televisiva. Paulo Futre agrada às pessoas, independentemente de género, idade, classe social, cor da pele, orientação sexual e crença religiosa. Não há muitas figuras consensuais na sociedade portuguesa, mas penso não estar enganada quando digo que é estimado por todos. Podemos não perceber uma palavra do que diz, vemos que não tem jeito para se vestir, mas esquecemos estes pormenores quando assistimos ao telefonema que recebe do Zé de Torres Vedras, que só tem boas palavras a dizer do Futre, que o ajudou tanto quando mais precisou. A maneira como Futre recebe os elogios em directo, sem complacência nem vaidade, esclarece a razão por que gostamos dele. Ali está aquilo a que um cidadão de Alcântara chama «um puro». É genuíno. É boa onda. Futre é boa gente. Uma parte d’A Noite do Futrebol é, aliás, dedicada a ajudar pessoas desempregadas a encontrar um emprego. Futre acaba o telefonema a dizer ao Zé que deixe o telefone que depois lhe liga. Já fiz o Like! indispensável na página do Facebook. Já comecei a ver jogos de futebol. Agora só falta aprender futrês.
Publicado hoje no Metro.