Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Estou com Vasco Graça Moura e ninguém tem nada com isso, da Ana Cristina Leonardo.
Parece que o Acordo Ortográfico (AO), embora ainda não tenha entrado em vigor, é de uso obrigatório nas instituições* portuguesas. Enquanto a maior parte dos cidadãos o ignora, resistindo assim às mudanças impostas, nas escolas os alunos aprendem a escrever português à moda do dito Acordo. Um pai decidiu agir contra esta imposição e quer impedir que a filha aprenda a escrever assim. Por notícias avançadas pelo SOL, ficámos a saber que um movimento dos pais contra o Acordo Ortográfico será o modo mais eficaz de abolir este processo. António Emiliano, professor de Linguística da Universidade Nova de Lisboa, é da opinião que, à semelhança do que aconteceu com a TLEBS, «uma terminologia nova para a gramática que não fazia sentido nenhum», que acabou por ser vencida graças à resistência das associações de pais, o Acordo Ortográfico poderá ser combatido usando o mesmo método. Também Ivo Miguel Barroso, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, defende que estas mudanças na grafia por decreto são inconstitucionais e apresentou um pedido de revisão da constitucionalidade do Acordo na Provedoria de Justiça. Por fim, ainda no SOL, leio que no Brasil há também tentativas de impedir que o AO entre em vigor. São incontáveis as queixas isoladas de cidadãos nas redes sociais e nos blogues. Nos jornais, vários comentadores e colunistas optam pela grafia dita «antiga», fazendo assim parte da imensa massa de resistentes passivos à escrita de vocábulos como «Egito» - parece que é um país – ou «telespetador – um novíssimo erro ortográfico, segundo as regras malucas do AO, pois aquele cê de «telespectador» não é mudo. Até quando vamos aturar este ataque inexplicável à língua portuguesa?
Publicado hoje no Metro.
* Para ser rigorosa, serviços do Estado e entidades tuteladas pelo Governo.