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... por isso resta-nos esperar pela versão americana de The Killing. Pode ser que sejam mais competentes e sérios a contar a história, sobretudo o final.
... ao longo de mais de dois meses, assisti a The Killing com entusiasmo. A série estava muito bem construída, as personagens eram fiáveis e a trama parecia pensada ao pormenor. Cada episódio terminava com um suspeito diferente e com a promessa de no episódio seguinte sabermos mais sobre as descobertas deixadas no ar no episódio anterior. Foram meses de puro prazer até ontem. Os dois últimos episódios de The Killing são altamente decepcionantes e comprometem a credibilidade da série. É certo que em vários momentos da história tinha ficado com a impressão de que Sarah Lund era incompetente e que a investigação policial deixava muito a desejar, mas a própria história, o modo como estava construída e como nos era apresentada, dava indicações de que, apesar da polícia dinamarquesa, tudo se resolveria no momento do desenlace, do reconhecimento do assassino, no momento em que a verdade seria, por fim, revelada. Havia pontas soltas, mas a própria narrativa prometia explicações. The Killing é um policial, uma obra de ficção, com regras, que de novo nada têm. É por isso possível (e desejável) apontar os erros e os desvios (pôr Lund sob suspeita é uma escolha errada porque, mesmo num ambiente de incompetência, arranjar um chefe que vem de fora para a acusar é rebuscado, pouco credível, além de inútil, pois afasta o espectador: foi nesse momento que deixei de acreditar na série). Não quero dar exemplos concretos e estragar o suspense a quem não viu o fim. Admito que a falta de exemplos funcione aqui contra mim. O importante é que as expectativas foram sendo criadas e bem geridas por parte dos argumentistas. É por isso legítimo falar em decepção. Fiquei furiosa com o final insatisfatório. Acho que fomos enganados. Lamento dizer, mas, para mim, a primeira temporada de The Killing é uma fraude.