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O título deste texto pertence ao escritor Alain de Botton, que acaba de lançar um livro intitulado A Religion for Atheists. O conceito original do Ateísmo 2.0 foi apresentado pelo autor numa TED Talk. Segundo de Botton, os ateus não devem ficar fixados na não existência de Deus. Devem, sim, fazer um esforço para melhorar a sua vida, desenvolvendo uma espécie de «projecto wiki» pessoal das soluções de cada religião que mais lhes agrada. Por exemplo, a Igreja Católica nos Estados Unidos angariou cerca de 97 biliões de dólares no ano passado para ajudar os necessitados. O autor sugere que os ateus aprendam com este exemplo de solidariedade, e que sejam capazes de formar as suas próprias comunidades de inter-ajuda. Fiquei com a ideia de que Alain de Botton quer o melhor de todos. Até imergir na água (mikveh) para se purificar dos pecados, como é da tradição judaica. Mas uma resposta que deu no fim da conferência ajudou à sua tese: há que ser bem-educado em relação às diferenças. A tolerância é o mais importante. É o que permite que um ateu e um crente sejam amigos, por exemplo. Se o Ateísmo 2.0 contribuir para a assimilação deste valor cristão, já não é mau.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 3-2-12