Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Assine e divulgue a Petição pela Revogação do Acordo Ortográfico.
Pedro Passos Coelho discursava na cerimónia do 40.º aniversário das escolas do grupo Pedago, que dizem ter sede em Odivelas, quando cedeu à tentação de improvisar. «Temos de ser ambiciosos e exigentes com o ensino, com a investigação e o saber, com as empresas», dizia. Até aqui, estava tudo bem. Há que ser exigente, acima de tudo consigo próprio e com o governo eleito para servir os interesses do povo. O pior aconteceu quando Passos Coelho repetiu a mesma ideia por outras palavras: «Devemos persistir, ser exigentes, não sermos piegas e ter pena dos alunos, coitadinhos, que sofrem tanto para aprender». Pouco depois, a comunicação social dava a notícia de que o Primeiro-ministro tinha chamado «piegas» aos portugueses. Apareceram logo à esquerda Carlos Zorrinho e Francisco Louçã a defender o povo com a conversa piegas do «esforço para ultrapassar a crise». À direita, sem mencionar o sucedido, Paulo Portas fazia a intervenção que o Primeiro-ministro devia ter feito: breve, clara e sóbria, dizendo que os portugueses «merecem obviamente ser tratados como um povo que está a conseguir». A diferença na capacidade retórica é como da noite para o dia. Entretanto, vários comentadores chamaram a atenção para a interpretação abusiva por parte dos media do «piegas» do Primeiro-ministro. Têm razão, mas não é bem esse o problema. Um político tem o dever de saber que o mínimo que acontece às palavras é serem descontextualizadas e mal interpretadas. É um risco fazer discursos de 25 minutos em cerimónias que… não são para crianças. Cheguei a pensar que Passos Coelho estava a falar para uma plateia de miúdos, daí a escolha de termos que reconheceriam com facilidade. Mas parece que só lá estavam adultos.
Publicado hoje no Metro.
Marilyn Monroe
... prometeram uma vaga de frio sem precendentes, temperaturas nunca vistas e ainda menos sentidas por lisboetas habituados ao clima ameno e simpático. Até agora, no entanto, só tivemos horas de tardes de ventania geladinha, mas nada que se aproxime do pânico meteorológico das últimas semanas. As notícias sobre o frio têm prometido muito, mas até elas percebem que não há meio de se concretizarem. Como nunca mais se cumprem, têm saído anúncios de adiamento das temperaturas baixíssimas: «Parece que vamos morrer de frio, mas é só a partir de quarta». Entretanto, é sexta, a semana foi temperada, e ao sol até se está muito bem.