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Beber ou não beber água da torneira, eis a questão com que o Parlamento se ocupou nos últimos dias. Em Novembro, o Partido Socialista apresentou uma proposta para acabar com as garrafas de água mineral nas reuniões parlamentares. Os motivos tinham que ver com os milhares de garrafas e copos de plástico usados. O Conselho de Administração do Parlamento fez um estudo e alega que seriam necessários 2730 euros «para o enchimento, limpeza, colocação e arrumo dos vasilhames». O cálculo para beber água da torneira incluiu os custos de pessoal e contrasta com os 259,20 euros por mês que custa água engarrafada. Quer isto dizer que a Assembleia não tem cozinha nem funcionários? Se é assim, então como aparecem e desaparecem as garrafas de água e os copos das salas de reunião? Segundo noticia o Público, «o Conselho de Administração também considerou o custo dos jarros em si, avaliados em 4680 euros». Imagino que os bebedouros tenham sido rejeitados por serem mais dispendiosos. Quanto ao orçamento para os jarros, fico a pensar que o terão pedido à Torres & Brinkmann. Faço dois pedidos no sentido de resolver o super-problema. O primeiro é o apelo à capacidade de síntese dos deputados. Já todos assistimos às suas intervenções nas comissões, e sabemos que é possível dizerem o que pensam em menos tempo. A redução do número de horas nas reuniões levará à escassez desejada de gargantas secas. O segundo apelo é dirigido ao bolso e à liberdade de escolha dos deputados. Quem quiser beber água da torneira, é livre de o fazer. Quem preferir beber água engarrafada, pode comprá-la a um preço simpático no bar da Assembleia. Assim, cada um trata de si, enquanto poupa dinheiro aos contribuintes. De nada.
Publicado hoje no Metro.