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Um estudo publicado na revista britânica Scientific Reports afirma que as mulheres que estão na fase final da ovulação são capazes de se aperceber da presença de serpentes antes dos homens ou doutras mulheres que não estejam na mesma fase do ciclo. A explicação está, como é habitual, nas hormonas. A proximidade da fecundação alerta os sentidos para defender a sobrevivência da espécie. O mesmo acontece com as fêmeas de primatas não humanos. Trata-se do fear reflex ou mais lusitanamente do «reflexo do medo». O que este estudo peculiar não explica é se o mesmo acontece com outros animais à mesma perigosos ou mais mortíferos. Ursos, por exemplo, ou hienas. Outra lacuna não menos importante está em saber como é que o tal reflexo funciona nas mulheres que vivem sem o contacto directo com a natureza. Como nós, para não ir mais longe. É que isto das serpentes tem graça, mas nas ovulantes citadinas só se forem em sentido figurado. Seremos capazes de detectar um condutor embriagado à distância? A sensibilidade hormonal permitir-nos-á perceber que subimos no elevador na companhia de um assassino em série? Isto da evolução ainda tem muito que se lhe diga.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 16-3-12