Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ainda sobre as miseráveis praxes, a Priscila Rêgo e o André Azevedo Alves.
Brigitte Bardot
... é capaz de ainda ser um bocado cedo para dizer que pelo menos metade das pessoas que, em Portugal, têm e gerem empresas deviam arranjar outro modo de vida, outra ocupação, como por exemplo, a pesca. Tenho conhecido ao longo da vida pessoas que se meteram na tarefa árdua de ter uma empresa. Há casos de extraordinário sucesso, que se debatem com as dificuldades naturais em qualquer negócio. Outros são simplesmente desastrosos. Mas os piores são os desastrosos que se refugiam na desculpa da crise para falir. Não foram anos e anos de más escolhas, de exploração dos trabalhadores, de pedinchice de subsídios ao Estado. Não, nada disso: é a dívida interna e externa, o aumento de impostos, a crise. Sim, são problemas reais, mas não são as causas de muitos falhanços empresariais em Portugal. Falhanços estes que, por sua vez, têm consequências dramáticas na vida dos trabalhadores e na saúde das próprias empresas. Há tempos li uma entrevista muito boa de Filipe de Botton, que deve ser parente do Alain de Botton, que dizia coisas tão acertadas que até fazia impressão. Portugal é muito bom na culpabilização, mas também é óptimo a arranjar bodes expiatórios. A crise não justifica todas as decisões empresariais, políticas, etc.