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Um estudo realizado por dois investigadores da Universidade Autónoma de Lisboa, Arlindo Donário e Ricardo Santos, a pedido da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, sobre os custos médios dos acidentes de viação revelou um valor muitíssimo elevado. A despesa com os acidentes de viação, de 1996 a 2010, terá sido, em média, de 2500 milhões de euros por ano. O valor foi calculado tendo em conta “a perda de produção dos mortos e feridos, que representou 40 por cento, os danos nos veículos, intervenção directa de entidades fiscalizadoras e honorários pagos a advogados, além dos custos hospitalares, de transportes, de peritagens, com seguros, custas judiciais, funcionamento dos tribunais e com a segurança ou prevenção rodoviária”. Segundo o Jornal de Notícias, o estudo refere que houve uma diminuição de acidentes rodoviários graças à construção das auto-estradas. As cobranças relativas a infracções do Código da Estrada aumentaram por causa dos valores elevados das multas e porque o pagamento após a infracção passou a ser obrigatório. A investigação conclui que a despesa com feridos ligeiros aumentou de 30 para 61 por cento em 14 anos. No mesmo espaço de tempo, os custos com os feridos graves baixaram de 30 para 14 por cento. É bom sabermos que correr riscos estúpidos na estrada custa muito dinheiro ao Estado e aos privados. As campanhas de prevenção de acidentes de viação não são eficazes, porque os cidadãos parecem não entender que o acto de conduzir implica assumir uma responsabilidade pela sua vida e pela dos outros. Talvez o apelo ao vil metal consiga produzir mais efeitos. Mas é claro que a solução para acabar com o risco e baixar a despesa é andarmos (eu incluída) de autocarro e de metro.
Versão do texto publicado hoje no Metro.