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Patrick Stübing e Susan Karolewski nasceram na mesma família, mas viveram separados durante quase vinte anos em Leipzig. Em criança, Patrick foi vítima de maus tratos pelo pai. Acabou por ser retirado à família e aos sete anos foi adoptado. Susan ficou com a mãe. Em 2000, Patrick contactou a família de sangue. Tinha 23 anos e Susan, 16. A mãe de ambos morreria pouco depois de ataque cardíaco. Entre estas duas pessoas sozinhas no mundo, maltratadas e abandonadas, aconteceu o que a sociedade considera aberrante: o amor físico entre irmãos e quatro filhos de ambos. Dois sofrem de doenças mentais e um terceiro de doença cardíaca. Três foram retirados ao casal que perdeu uma acção no Tribunal Europeu para recuperar a sua guarda. Não houve quem não ficasse escandalizado com o caso. Mas a realidade da solidão destas pessoas sobrepõe-se à indignação fútil de quem está confortavelmente de fora. Patrick e Susan não se conheciam, não cresceram juntos. Um dia encontraram-se. É só isto.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 20-4-12
Françoise Hardy
... saudades do circo romano, ou talvez melhor, da punição aplicada na Roma Antiga a ladrões, corruptos e escória do género. Eram metidos dentro de um saco de sarapilheira na companhia de uma serpente, um galo e um macaco. Depois atava-se bem e atirava-se da rocha Tarpeia. A minha compaixão atingiu os níveis mais baixos de sempre. Deve ser porque entretanto vi um porco a voar.