Keith Haring, Girl With Cigarette, 1988
Até agora a minha única compra foi feita no dia 1 de Maio, e é este HHhH, de Laurent Binet, de que estou a gostar muito. Era livro do dia na Sextante e custou 13,28 euros. A Feira do Livro de Lisboa está no Parque Eduardo VII, até ao dia 13 de Maio. Apesar das condições meteorológicas pouco favoráveis, nem o vento nem a chuva têm dissuadido os visitantes do passeio em busca de livros mais baratos. Mas a Feira, neste ano de crise, não está barata. Os livros do dia não têm grandes descontos e os preços pouco diferem dos outros livros. Mas a sensação quase futebolística de tanta oferta de livros junta é entusiasmante. Apetece torcer pelas editoras: Viva a vida! Aqui está a Gradiva! Pessoa e Roth juntos até ao fim, venha cá à Assírio & Alvim! Clubismo livreiro à parte, penso que é oportuno dar alguns conselhos para se movimentar à vontade na Feira. Como muitos sabem, é um erro começar pela parte alta do Parque. O melhor é deixar o carro simbolicamente na rua da Buchholz. À direita de quem tem o Marquês de Pombal atrás de si, salvo seja, estão o grupo Babel e a Porto Editora. É importante reconhecer a gentileza destas editoras, que facilitam a vida a quem não gosta lá muito de fazer esforços. Num espaço de trinta metros tem à sua disposição uma oferta significativa, só comparável à do grupo Leya. O problema é que este está do lado esquerdo, com o Marquês no mesmo sítio, mas no cimo do Parque. Altiva e imperial, a Leya exige um esforço físico adicional ao leitor desprevenido. A menos que, com astúcia intelectual, tenha deixado o carro na parte alta do Parque. Uma moda menos feliz é a de centralizar os pagamentos num único sítio, quando se trata de editoras associadas. Provoca uma confusão desnecessária. Se estiver atento a estes pormenores logísticos e consultar diariamente os Livros do Dia no
site da Feira, não vai precisar de mais nada para ser feliz.
Publicado hoje no Metro.