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Os números da realidade dramática da pobreza infantil em Portugal, apresentados num relatório recente da OCDE, colocam o País no oitavo lugar do grupo. A percentagem, 16,6 por cento, diz o suficiente e, infelizmente, não surpreende. Num país com mais de dois milhões de pobres, é de esperar que a pobreza infantil seja, também ela, elevada. Há crianças pobres porque há famílias pobres que vivem num país que empobrece a cada dia há mais de dez anos. A realidade da pobreza é conhecida dos governantes, que a têm remendado com apoios do Estado. Mas além de atribuir o RSI a quem precisa é preciso pensar em maneiras práticas de ajudar as pessoas a sair da pobreza. Falamos muito de solidariedade, mas pouco de soluções. Pensemos no emprego. Sabemos que o Governo não cria empresas nem postos de trabalho. Mas dele esperamos que faça do país uma 'terra de oportunidade' para ganhar a vida. Por que motivo não baixa os impostos às empresas em troca da contratação de funcionários? As quedas no IRC seriam compensadas com o IRS e o IVA, porque tanto o rendimento como o consumo aumentariam. É uma ideia de leiga, mas será assim tão absurda? Não é a solução para a pobreza, bem sei. Mas viver do Banco Alimentar e do RSI também não. Não quero políticos que lamentam os números da pobreza. Prefiro que pensem em modos possíveis de acabar com ela. É esta a tarefa principal de qualquer governante.
Nota: A minha colaboração no Metro termina hoje. Obrigada aos leitores pelos comentários ao longo destes quatro anos. Muito obrigada ao Sérgio H. Coimbra, que me convidou para escrever a crónica, e ao Diogo Torgal Ferreira, que renovou o convite. Um forte abraço a ambos. Obrigada à equipa do Metro. Até sempre!
Publicado hoje no Metro.