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Com a detenção de Paolo Gabriele, o mordomo do Papa Bento XVI, o Vaticano recupera o estilo de intriga na corte e até de novela policial à maneira de Umberto Eco. O detective não é Sean Connery, mas o cardeal Julián Herranz, que descobriu a garganta funda, mas ainda não esclareceu a trama urdida pelos intriguistas. Gabriele será um ganancioso? Um guerreiro solitário que combate a corrupção no papado? Ou um mero instrumento das forças ocultas que lutam pelo lugar de Ratzinger? Enquanto se espera que Gabriele denuncie os cúmplices ou aqueles que lucraram com esta falta de lealdade, vamos observando pequenas pistas. Para mim, a mais estimulante foi a declaração do confessor do mordomo, que, com uma indiscrição inesperada, afirmou não acreditar que Paolo Gabriele fosse capaz de cometer tal traição. Talvez o padre tenha aberto a porta para desvendar o caso. Perguntem aos confessores dessa legião de bispos que opinião têm dos seus confessados. Aquele que nada disser sabe de certeza quem é o culpado.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 1-6-12
... gosto imenso da Teodora Cardoso, porque o que diz faz sentido e é real. As suas explicações são claras, e é pena que nem sempre haja uma interpretação mais exaustiva das suas palavras. E depois tem a virtude de se rir nas entrevistas (aconteceu há pouco na TSF) ao mesmo tempo que fala nesta nossa situação desgraçada. É bom ouvir o riso de quem percebe a gravidade da situação. O pior é ter de aturar o resto, com as indicações e o dedinho apontado ao que os outros devem ou não ganhar para se tornarem 'mais competitivos'. Os salários baixam inevitavelmente, não há motivo para preocupação, dr. Borges. O desemprego elevado encarrega-se de baixar os custos do emprego. Dos outros, claro. Marcelo Rebelo de Sousa tem toda a razão: António Borges que comece por reduzir o seu próprio salário. Tenho uma ideia melhor: dê um contributo sério à comunidade, construindo uma escola, um lar, uma ala de um hospital. Solidariedade é isto, e é reconhecida com nomes de ruas, placas e homenagens. A outra possibilidade é ficar calado. Aliás, pensava que esta era uma das vantagens de ser rico: não precisar de falar. Até nisto Portugal me espanta.