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Brigitte Bardot, por Katy Lasch, 1955
... a pensar no que seria o governante ideal nos dias de hoje. Penso que teria de ser alguém com genuínas boas intenções e muita imaginação. Teria de conciliar um espírito prático extremo a uma criatividade galopante. Ter a exacta noção dos problemas e, ao mesmo, tempo, ser flexível ao ponto da quase amoralidade nas suas relações com as pessoas: ser próximo de toda a gente e ninguém realmente o conhecer. Ninguém saber o dia do seu aniversário, sobre o qual de preferência mentiria, porque ninguém tem nada a ver com a sua vida privada, que é tudo o que lhe diz directamente respeito. O governante ideal saberia usar a mentira, porque ela faz parte do que é humano, mas não mentiria ao povo sobre aquilo que lhe diz directamente respeito, que é quase tudo. Teria de ser distante dos seus pares e empático e compreensivo com o país que serviria. A distância mantê-lo-ia imune aos escândalos. O governante ideal não tem amigos. A distância também lhe permitiria manter relações cordiais com todos, da esquerda à direita. Nunca, mas nunca, iniciaria um conflito que não fosse inevitável, porque saberia que só os tolos fazem a guerra com qualquer um por qualquer motivo. Se calhar, o governante ideal é um sociopata. Ou só uma pessoa com bom senso.