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Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 29.08.12

Marilyn Monroe por George Barris, 1962

 

... o canal MOV tem estado a fazer o favor de dar a quarta temporada de Breaking Bad (serviço público). Espero do fundo do meu coração que passe imediatamente para a quinta, que estreou há pouco tempo nos Estados Unidos. Fora isso, já quase não vejo televisão, a não ser alguns programas que gravo da RTP 2, sobretudo documentários (serviço público). Ah, e também vejo a SIC Notícias (serviço público). De resto, abandonei a Ayn Rand numa rua muito escura sozinha, com o salto do sapato partido, para ela se desenrascar com todo o seu individualismo radical. Gosto da Rand, é corajosa, mas também demasiado seca para mim, que preciso de água. No entanto, percebi que uma pessoa pode perfeitamente tornar-se uma ultra-liberal nos tempos que correm. É muita gente a pedir sacrifícios aos outros. Muita gente a querer mandar no próximo. Isto não vai acabar bem.

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publicado às 10:33

Louçã no Facebook

por Carla Hilário Quevedo, em 28.08.12

Francisco Louçã comunicou ao país a sua saída do Bloco de Esquerda. Saiu a meio de Agosto, mas a comoção que provocou nas televisões foi a mesma do que se o tivesse anunciado em Outubro. Curioso foi o meio que usou para dizer que se ia embora: o Facebook. Ora, quem lê o Facebook de Louçã (Cavaco, Passos, etc.)? Como há tempos bem observou Pacheco Pereira, os jornalistas. Claro que não só. Os especialistas nestas coisas insistem em dizer que os políticos estão no Facebook porque querem chegar às pessoas, sobretudo aos jovens. A explicação não tem nenhum sentido, uma vez que os utilizadores das redes sociais não são da mesma geração, mas sim de uma certa classe social. Louçã só chegou às pessoas (até a mim, credo) porque a televisão deu a notícia. E tenho Facebook (mas não tenho prazer). As pessoas a quem Louçã 'chegou' com o seu post não são aquelas por quem se diz bater. Essas ou não são jovens ou não têm acesso à internet.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 24-8-12

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publicado às 18:29

Um óptimo momento para ler Ayn Rand

por Carla Hilário Quevedo, em 25.08.12

"Watch money. Money is the barometer of a society’s virtue. When you see that trading is done, not by consent, but by compulsion — when you see that in order to produce, you need to obtain permission from men who produce nothing — when you see that money is flowing to those who deal, not in goods, but in favors — when you see that men get richer by graft and by pull than by work, and your laws don’t protect you against them, but protect them against you — when you see corruption being rewarded and honesty becoming a self-sacrifice — you may know that your society is doomed. Money is so noble a medium that is does not compete with guns and it does not make terms with brutality. It will not permit a country to survive as half-property, half-loot." Daqui.

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publicado às 18:49

Eu hoje acordei assim....

por Carla Hilário Quevedo, em 25.08.12

Marilyn Monroe por George Barris, 1962

 

... com que então há alforrecas e tubarões nas nossas praias? E eu que pensava que estavam todas na internet.

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publicado às 10:25

No, that door was her home...

por Carla Hilário Quevedo, em 24.08.12

... and she loved it. To me that's about making that feeling last.

 

Jane Margolis, Breaking Bad, T3 EP11

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publicado às 18:01

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 24.08.12

Krysten Ritter

 

... ontem, estava naquela fase em que vejo mais do que ouço, quando de repente António Capucho afirmou que as fundações são 'peanuts' ao pé do que é preciso para cumprir o défice. A questão é só esta: para sufocar mais o contribuinte e as empresas com impostos não é preciso ter equivalências nem curso. A questão complicada continua por resolver: renegociação radical das PPP, extinção de fundações (o relatório só avaliou metade - metade! - das fundações existentes em Portugal), extinção, fusão, etc. de observatórios e institutos públicos. Na qualidade de contribuinte-quem-paga-manda, proponho ainda cortes de 50 por cento nos salários dos gestores públicos e empresas municipais. E, por favor, vendam o António Borges, antes que se transforme ele próprio em mais uma PPP ruinosa para todos nós.

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publicado às 10:09

Bomba de Ouro

por Carla Hilário Quevedo, em 23.08.12

Entretanto, em Milão, no Vida Breve.

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publicado às 15:46

Não faça isto em casa

por Carla Hilário Quevedo, em 22.08.12

Una vecina octogenaria intervino 'sin pedir permiso a nadie' la obra de un pintor del XIX que adornaba una iglesia en Borja.

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publicado às 16:17

Em nome do pai?

por Carla Hilário Quevedo, em 22.08.12

O Washington Post publicou um depoimento de T.J. Leyden, intitulado: "O que eu podia ter dito a Wade Michael Page". Page é a criatura que assassinou seis sikhs à porta de um templo, no Wisconsin. Leyden, além de ex-bully, ex-punk e ex-membro de um grupo skinhead é, desde 2001, o fundador da StrHATE Talk, uma organização que combate a violência e o racismo através da educação. Diríamos que é um caso exemplar de redenção. A primeira vez que se envolveu numa luta foi com um primo. Tinha dez anos. Partiu-lhe três dedos e deslocou-lhe o ombro. A tia ficou furiosa com ele, mas o pai foi carinhoso, abraçou-o e disse-lhe que estava muito orgulhoso. Leyden conta a história de infância como um marco; foi o início da sua vida como pessoa violenta, que defenderia ideologias estúpidas para se justificar. Acredito que acredite nisso. Mas não me convence que a maldade de um pai tenha levado a trinta anos de violência e ódio.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 17-8-12

 

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publicado às 16:12

Fé e responsabilidade individual

por Carla Hilário Quevedo, em 22.08.12

Ayn Rand em defesa do ateísmo. Nada como o Povo Escolhido para renegar o Pai.

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publicado às 11:23

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 22.08.12

 Krysten Ritter

 

... a imprensa portuguesa não ligou nenhuma ao caos da campanha do Partido Republicano provocado por um candidato ao Senado do Missouri, Todd Akin, que defendeu que as mulheres violadas também não engravidam assim tanto como se pensa. A campanha de Obama começou por responder com um tweet (depois foi uma sucessão de imagens no Facebook de Barack só com mulheres, muito sorridente), a apontar para Paul Ryan, vice de Romney, como mais uma pessoa com ideias semelhantes às de Akin. O desprezo pelos direitos das mulheres - coitados, acham que não votam - e a completa ignorância sobre questões básicas de anatomia seriam suficientes para pensarmos que esta gente é louca e perigosa. Mas o pior de tudo, no meu entender, é logo o Tea Party estar a dizer que os direitos individuais são só para alguns. Alguns, sim, no masculino. As mulheres não são bem indivíduos - têm de se sacrificar ao ponto de suportar um filho nascido da violência. Ainda só agora comecei, mas já dá para perceber que não leram a Ayn Rand.

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publicado às 11:03

Dos Antigos

por Carla Hilário Quevedo, em 15.08.12
Alex Katz, Ocean View, 1992

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publicado às 17:37

Never give up control

por Carla Hilário Quevedo, em 15.08.12

Live life on your own terms

 

Walter White, Breaking Bad, T4 EP08, Hermanos.

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publicado às 08:47

Eu hoje acordei assim...

por Carla Hilário Quevedo, em 15.08.12

 Krysten Ritter

 

... o oitavo episódio da quarta temporada de Breaking Bad tem vários momentos memoráveis. Vou falar de dois. O primeiro passa-se na sala de espera de um consultório. Walt prepara-se para fazer o seu exame de rotina e tem ao lado um rapaz a contar a história de como, de repente, ficou a pensar que não tem controlo sobre a sua vida. Walt diz-lhe que isso é uma treta, porque só ele tem controlo sobre as suas decisões. Não é uma questão de acontecerem coisas que não controlamos, mas de percebermos o que queremos e podemos fazer quando acontecem. O segundo momento é o do interrogatório policial a Gustavo Fring. Gus é perfeito e, como tal, tem todas as respostas para perguntas inesperadas à partida. Podia ser apanhado ali, mas não. Ele é, como diz Hank Schrader, 'Terms of Endearment convincing'. Fiquei a pensar se seria credível uma pessoa apanhada de surpresa daquela maneira ter um controlo tão absoluto sobre as suas reacções. Pode, porque são muitos anos a fazer o mesmo, e pode, porque até o vimos instantes antes, à espera para falar com a Polícia. Gus teve tempo para pensar na ponta que estaria solta. Ah!, as impressões digitais deixadas em casa de Gale. Mas não teve tempo para se preparar para a pergunta de Hank sobre o passado, o Chile. Não tinha encontrado nada. A sua expressão de profunda irritação mostra que há um problema. 'No regime de Pinochet, desapareceram muitos registos', respondeu Gus, a recuperar. Estava super-explicado. A cereja no topo desta maravilha de diálogos, representação e realização é a cena que se segue. Só vemos a cara de raiva de Gus no elevador. Está velho de repente.

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publicado às 08:17

Tubarão expiatório

por Carla Hilário Quevedo, em 14.08.12

A propósito de Demon Fish: Travels Through the Hidden World of Sharks, de Juliet Eilperin, Theo Tait escreve um artigo informativo sobre tubarões no London Review of Books. Percebi que pouco ou nada sabemos sobre este grande predador, que habita o planeta há cerca de 150 milhões de anos. A sexualidade deste animal pré-histórico é pouco mencionada porque é horrível. Duas crias nascem depois de comerem os irmãos nos dois úteros da fêmea. A sua existência é violenta, mas o tubarão vulgar não come carne humana. São poucos os ataques a seres humanos e os que acontecem são mais por se estar no sítio errado à hora errada do que por algum gosto especial do animal por nós. Até pode arrancar o bracinho, mas também é rápido a cuspi-lo porque o sabor não lhe interessa. O tubarão é dos predadores com pior publicidade do mundo. Será por isso que ninguém fala dos 73 milhões de tubarões mortos por ano para fazer sopa? Como é mau, não faz mal.

 

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 10-8-12

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publicado às 18:04

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