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O Washington Post publicou um depoimento de T.J. Leyden, intitulado: "O que eu podia ter dito a Wade Michael Page". Page é a criatura que assassinou seis sikhs à porta de um templo, no Wisconsin. Leyden, além de ex-bully, ex-punk e ex-membro de um grupo skinhead é, desde 2001, o fundador da StrHATE Talk, uma organização que combate a violência e o racismo através da educação. Diríamos que é um caso exemplar de redenção. A primeira vez que se envolveu numa luta foi com um primo. Tinha dez anos. Partiu-lhe três dedos e deslocou-lhe o ombro. A tia ficou furiosa com ele, mas o pai foi carinhoso, abraçou-o e disse-lhe que estava muito orgulhoso. Leyden conta a história de infância como um marco; foi o início da sua vida como pessoa violenta, que defenderia ideologias estúpidas para se justificar. Acredito que acredite nisso. Mas não me convence que a maldade de um pai tenha levado a trinta anos de violência e ódio.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 17-8-12
Ayn Rand em defesa do ateísmo. Nada como o Povo Escolhido para renegar o Pai.
Krysten Ritter
... a imprensa portuguesa não ligou nenhuma ao caos da campanha do Partido Republicano provocado por um candidato ao Senado do Missouri, Todd Akin, que defendeu que as mulheres violadas também não engravidam assim tanto como se pensa. A campanha de Obama começou por responder com um tweet (depois foi uma sucessão de imagens no Facebook de Barack só com mulheres, muito sorridente), a apontar para Paul Ryan, vice de Romney, como mais uma pessoa com ideias semelhantes às de Akin. O desprezo pelos direitos das mulheres - coitados, acham que não votam - e a completa ignorância sobre questões básicas de anatomia seriam suficientes para pensarmos que esta gente é louca e perigosa. Mas o pior de tudo, no meu entender, é logo o Tea Party estar a dizer que os direitos individuais são só para alguns. Alguns, sim, no masculino. As mulheres não são bem indivíduos - têm de se sacrificar ao ponto de suportar um filho nascido da violência. Ainda só agora comecei, mas já dá para perceber que não leram a Ayn Rand.