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A Slate publicou um excerto do livro Book Was There: Reading in Electronic Times, de Andrew Piper, professor na Universidade McGill. Neste texto apaixonado, fala dos livros como objectos de desejo, aprendizagem e tacto. Sem duvidar do amor que produzem, o meu problema é outro. Penso que a polémica sobre os livros lidos em gadgets é, por enquanto, inútil. Pelo menos, até podermos escolher entre uns e outros. Sei que nos havemos de habituar a ler nos ecrãs e, até haver florestas, vamos poder ter os livros que quisermos em papel. A minha grande dúvida é se algum dia acabará esta imposição ridícula de sistemas, Kindle, Kobo, etc. Se vamos ser capazes de emprestar livros como sempre fizemos, às vezes contrariados. Se será possível alguém herdar os meus livros do Kindle. Se vão poder inventar um vírus que queime os meus livros guardados tecnologicamente. O futuro pode ser uma maravilha, mas nada nos garante que não haja um inferno à nossa espera.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 23-11-12
Ted (muito bom). Albert Nobbs (a cena na praia é Little Britain e Angelica Huston teria sido ainda mais perfeita no papel).
O director da CIA e herói da guerra no Afeganistão, o general David H. Petraeus, teve de se demitir por causa de uma relação extraconjugal com Paula Broadwell, sua biógrafa e também militar (na reserva). Vários e-mails ciumentos de Paula a uma amiga íntima de Petraeus, Jill Kelley, da base da Força Aérea MacDill, em Tampa, foram interceptados e o caso foi descoberto. Apesar dos receios de chantagem, parece-me um exagero que Petraeus se tenha demitido por iniciativa própria ou que a isso tenha sido obrigado. Além dos seus méritos profissionais, vê-se que mesmo no adultério tem o sentido do dever. Tanto Paula como Jill têm fortes ligações às Forças Armadas. Ambas são casadas e não parecem estouvadas. Por outro lado, Petraeus é casado há mais de 37 anos, o que significa que deu o nó com 23 anitos (não desculpa, mas explica). Isto para não dizer que dirigir os serviços secretos mais poderosos do mundo deve causar imenso stress.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 16-11-12
Está um texto no IO9, um site sobre temas do futuro, que fala das razões por que as pessoas já não se suicidam com gás. Nunca tinha pensado no assunto, mas até à década de 60 o método era assíduo nos filmes. Até para matar, como na Cortina Rasgada, de Alfred Hitchcock. Depois da Segunda Guerra Mundial houve uma mudança no tipo de gás nas casas e deixou de ser uma solução. Até ali era usado o chamado gás da cidade, à base de carvão mineral e altamente tóxico. Continha 8% de monóxido de carbono. Com 1% já é mortal. Bastava abrir o gás, meter a cabeça dentro do forno, respirar, e em poucos minutos os objectivos suicidas eram cumpridos. Alguém disse que era como ter uma câmara de gás em casa. Em Inglaterra, a mudança para o chamado gás natural, que não é tóxico por si só, foi concluída nos anos 70. Ainda pode haver quem tente usar este sistema para se suicidar, mas para isso terá de sobreviver à explosão.
Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 16-11-12
Sarah Silverman
... foi preciso uma carga policial para acabar com a convesa sobre o que disse Isabel Jonet, mas apesar de tudo o que foi dito, penso que ninguém chegou a tocar no ponto, a meu ver, essencial. Não se tratou de um problema de forma desastrada de dizer por oposição a um conteúdo maravilhoso. O problema foi logo a Presidente do Banco Alimentar ter feito de si um exemplo para o mundo. E o mundo reagiu como se viu. Alíás, o mundo reage ou com uma confiança cega ou realmente muito mal a pessoas que chamam para si a autoridade do exemplo. É complicado, mas não é assim tão mau como pensamos.
The Joneses (original). Madagascar 3: Europe's Most Wanted (uma obra-prima, talvez o melhor dos três).